Novos empréstimos à habitação caem e taxa de juro dispara para 2,86%

Taxa de juro regista a maior subida mensal desde 2003, e situa-se no valor mais elevado desde Janeiro de 2015. Juros do crédito ao consumo também sobem.

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Subida das taxas de juro está a reduzir o montante de novos empréstimos à habitação Adriano Miranda

Os números impressionam pela dimensão e rapidez da subida, mas não são propriamente uma surpresa. Em Outubro, os bancos emprestaram menos crédito às famílias e a taxas de juros bem mais elevadas, atingindo os 2,86% na finalidade de habitação.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) mostram que a taxa de juro dos novos empréstimos subiu de 2,23% em Setembro para 2,86%, “o valor mais elevado desde Janeiro de 2015” e “a maior subida mensal desde o início da série estatística, em 2003”.

Esta forte subida é explicada pelo aumento muito expressivo das taxas Euribor, a que ficaram associados 83% dos novos empréstimo para compra de casa.

As operações a taxa fixa absorveram 7% dos novos contratos e a taxa mista 9%. E, nas operações a taxa fixa, os valores variaram entre 3,4% e 4,5%, correspondendo a uma taxa média de 4,2%, revela ainda o supervisor.

Num mês em que a poupança canalizada para depósitos a prazo aumentou, o total de empréstimos às famílias ascendeu a 1798 milhões de euros, menos 211 milhões de euros do que em Setembro.

Daquele “bolo”, o crédito à habitação totalizou 1197 milhões de euros (menos 144 milhões de euros que em Setembro), e o crédito ao consumo ascendeu a 601 milhões de euros.

Por segmentos, o crédito ao consumo absorveu 412 milhões de euros (467 em Setembro) e 189 milhões de euros para outros fins (201 milhões de euros no mês anterior).

Tal como no segmento da habitação, a taxa de juro média dos novos empréstimos ao consumo também subiu, passando de 7,85% em Setembro para 8,06%. Este valor fica igualmente acima dos 7,39% verificados em Outubro de 2021.

Em Outubro, o montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas também caiu. O novo crédito ascendeu a 1432 milhões de euros, menos 395 milhões de euros do que no mês anterior. E a taxa de juro média voltou a aumentar, fixando-se em 3,72% (tinha sido de 3,03% em Setembro).

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