Biden está disponível para falar com Putin se ele “demonstrar interesse em acabar com a guerra”

Presidente norte-americano sublinha, no entanto, que não tem planos concretos para que isso aconteça a breve trecho. Biden falava ao lado de Macron, que está de visita a Washington.

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Joe Biden e Emmanuel Macron CHRIS KLEPONIS/POOL/EPA

O Presidente dos Estados Unidos abriu a porta a uma possível conversa com Vladimir Putin se este “demonstrar interesse em acabar com a guerra” na Ucrânia. Ao lado de Emmanuel Macron, um líder europeu que tem falado com alguma regularidade com o Presidente russo, Joe Biden disse que está “disponível” para fazer o mesmo, mas que não tem planos concretos para que isso aconteça num futuro próximo e que só conversará com Putin depois de consultar os aliados.

No fim do segundo dia da visita do Presidente francês a Washington, Biden e Macron deram uma conferência de imprensa que começou com o lançamento de um comunicado conjunto em que “condenam fortemente” a invasão russa da Ucrânia e prometem continuar a apoiar Kiev “pelo tempo que for necessário”.

Macron já falou ao telefone com Putin uma vintena de vezes desde o início da invasão, em Fevereiro, e foi várias vezes criticado por isso. Joe Biden admite agora que isso possa acontecer, mas que terá de ser o líder russo a dar um sinal.

“Existe uma forma de esta guerra acabar, uma forma racional: é Putin sair da Ucrânia. Parece que ele não o fará”, constatou o Presidente dos EUA, declarando que o chefe de Estado russo “não vai ser bem-sucedido” nos seus intentos.

O Presidente francês, por seu lado, disse que continuará a falar com Vladimir Putin, mas que isso não implica menos empenho no apoio à Ucrânia. “Não vamos encorajar os ucranianos a aceitar acordos que não sejam aceitáveis para eles”, garantiu Macron.

“Ressincronizar”

Depois de um esfriamento das relações entre os Estados Unidos e França a propósito de um meganegócio francês de submarinos com a Austrália (que acabou por ser abandonado por Canberra em favor de submarinos americanos e britânicos), os líderes de ambos os países mostraram-se próximos e alinhados nos principais assuntos da actualidade internacional.

Mas a visita a Washington começou com uma pedra no sapato de Macron, que a expôs mal aterrou na capital americana. O Presidente francês acusou a Administração Biden de ter aprovado um plano económico, a Lei da Redução da Inflação, que é “superagressivo” para as empresas europeias, uma vez que privilegia os produtos made in America.

Na conferência desta quinta, no entanto, o tom foi bem menos crispado. “Queremos crescer em conjunto, não um contra o outro”, disse Macron, que sublinhou a vontade dos dois países em “ressincronizar” os seus investimentos na transição energética e ecológica.

Agora, disseram Biden e Macron, está a começar um trabalho técnico entre as duas partes. “Quando se concebe uma legislação tão maciça é óbvio que há pequenas falhas”, disse o norte-americano. “Isto nunca teve intenção de excluir quem colabora connosco, nunca foi essa a intenção. Há afinações que podemos fazer para facilitar a vida às empresas europeias”, afirmou.

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