“Geração de ouro” da Bélgica chegou ao fim no Mundial do Qatar
Com um empate a zero contra a Croácia, que segue para os oitavos-de-final, os belgas estão fora do Campeonato do Mundo.
É o fim de uma “geração de ouro” que nunca ganhou nada. Como último capítulo de um Mundial que confirmou que o prazo de validade das grandes estrelas actuais do futebol belga está prestes a expirar, a Bélgica empatou a zero com a Croácia, resultado que afasta os “diabos vermelhos” do Mundial 2022 e garante aos croatas o apuramento no segundo lugar do Grupo F, atrás de Marrocos. Mesmo sem jogarem bem, os belgas tiveram na última meia hora quatro oportunidades flagrantes para marcarem, todas desperdiçadas por Romelu Lukaku.
Há quatro anos, no Mundial da Rússia, Croácia e Bélgica ficaram nos quatro primeiros lugares. Desta vez, no Mundial do Qatar, num grupo teoricamente acessível, croatas e belgas chegaram à última jornada do Grupo F com a quase certeza que o duelo seria uma “final”, em que, no final, apenas haveria uma selecção a festejar.
Frente a frente, em Al Rayyan, no Ahmed bin Ali Stadium, estavam, no início da partida, o primeiro e o terceiro classificados do grupo. A vantagem era croata, que jogava para dois resultados (vitória ou empate), mas os belgas também dependiam apenas de si para seguirem em frente neste grupo: um triunfo dos “diabos vermelhos” garantia-lhes, pelo menos, a segunda posição.
Porém, já depois de Ivan Perisic ter ficado muito perto de marcar, logo aos oito segundos, as notícias que chegavam do outro jogo do grupo – golo do marroquino Hakim Ziyech, aos 4’ – deixavam poucas dúvidas que, após o duelo entre croatas e belgas, haveria uma terceira selecção europeia de regresso a casa, juntando-se ao País de Gales e Dinamarca.
Os primeiros 20 minutos entre croatas e belgas foram movimentados e prometiam duas equipas apenas preocupadas em vencer, mas, com o avançar do relógio e a vantagem marroquina na outra partida, o combate passou a ser de risco mínimo, sem que a grande figura croata (Modric) ou belga (De Bruyne) conseguisse sobressair. Assim, sem surpresa, o intervalo chegou com o “zero” no marcador e no número de remates enquadrados com as balizas.
Forçado a ganhar, Roberto Martínez apostou em Romelu Lukaku para a segunda parte, mas, com apenas nove minutos no Mundial 2022 e cinco jogos durante toda a época pelo Inter, o avançado acabou por ser o rosto do descalabro belga.
Claramente limitado e sem ritmo – esta época sofreu duas lesões musculares -, Lukaku foi infeliz na forma como, aos 60’, acertou no poste da baliza defendida por Dominik Livakovic. Um par de minutos depois, houve mais demérito que falta de sorte: após um cruzamento de De Bruyne, a bola sofreu um desvio em Lovren e Lukaku, com a baliza aberta, rematou de cabeça por cima.
As oportunidades tiraram conforto à Croácia, a Bélgica passou a jogar mais tempo no meio-campo contrário e, no tudo ou nada dos “diabos vermelhos”, o réu voltou a ser Lukaku: aos 87’, de novo com a baliza à sua mercê, rematou ao lado; aos 90’, de forma estranha, tentou marcar de peito dentro da pequena área, permitindo o corte dos croatas.
Pouco depois, chegava o fim do jogo, o fim da Bélgica no Mundial 2022 e o fim de uma “geração de ouro”, que ficou sempre pelas promessas.