Podcast No País dos Arquitectos: um edifício à espreita na floresta do Corno de Bico

Neste episódio, falamos com os arquitectos Filipa Guerreiro e Tiago Correia. O podcast No País dos Arquitectos é um dos parceiros da Rede PÚBLICO. Segue-o nas plataformas de podcast.

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No 47.º episódio do podcast No País dos Arquitectos, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitectura Building Pictures, conversa com os arquitectos Filipa Guerreiro e Tiago Correia sobre o Centro de Educação e Interpretação Ambiental (CEIA) da Paisagem Protegida do Corno de Bico.

Em 2006, Filipa e Tiago fundaram o Atelier da Bouça que se localiza no Bairro da Bouça, no Porto, projecto desenhado pelo arquitecto Álvaro Siza. Importa referir que, para esta dupla, a palavra “bouça” não assume apenas o significado que se costuma encontrar nos dicionários, mas lembra também o espaço da liberdade e da infância: “Partilhamos esta noção do espaço da bouça como um espaço em que nos divertíamos a brincar”, recordam.

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O CEIA foi um dos primeiros projectos a ter a assinatura dos arquitectos e representa, para ambos, “o início de uma identidade mais autónoma”, mas que ainda assim tem reminiscências desse passado “lúdico” e “infantil”.

O edifício-sede da Paisagem Protegida do Corno de Bico, em Paredes de Coura, encontra-se inserido no conjunto da antiga Colónia Agrícola da Boalhosa, obra da Junta de Colonização Interna em finais dos anos 1950. O interesse da arquitecta por este tema radica na sua história pessoal. Com vínculos familiares em Paredes de Coura, Filipa Guerreiro refere que, entre as décadas de 1930 e 1960, o regime de Salazar implantou no território nacional sete colonatos agrícolas. A Colónia Agrícola da Boalhosa foi uma das sete colónias.

O Centro de Educação e Interpretação Ambiental acabou por ser implantado onde o plano original previa uma igreja: “Encontrámos uma clareira e construímos o edifício [elevando-se à altura] da copa das árvores”, explica Tiago Correia.

Hoje o edifício está sustentado por pilares, que aparecem organizados de forma “aparentemente aleatória” e se confundem com os troncos das árvores. A utilização da madeira como revestimento exterior acentua essa ideia de camuflagem, dando a sensação de que a natureza é transportada para dentro do edifício. Existem ainda os vários elementos que remetem para o imaginário infantil: as cores do espaço, a rampa que “cria o átrio” e o volume que se entrevê como uma “casa na árvore”.

O projecto incluiu a recuperação e adaptação dos antigos edifícios da Casa do Professor e da Escola Primária a centro de acolhimento e a cantina, respectivamente. Já o CEIA tem áreas destinadas à investigação e divulgação de recursos naturais, tais como “sala de exposições, auditório, laboratório, escritórios”, entre outros.

Como os arquitectos nunca quiseram que este edifício-sede se opusesse “à imagem dos edifícios modernos da colónia”, houve sempre um respeito pelo lugar: “Não queremos colocar o nosso layer e apagar aquela camada de história. Não vai ser a nossa camada que vai ser fantástica porque aquela [que lá está] é a que marca o século XX naquele concelho. Nós queremos é que a nossa camada de alguma forma – não é que se anule porque ela não se anula – tenha um ar mais primitivo para que possa realçar o quanto o resto tinha um sentido de modernidade naquele território.”

Durante a entrevista, Filipa e Tiago realçam também a importância da aprendizagem e do espírito de equipa, ao longo de todo o projecto: “Foi fantástico não apenas termos esse espaço para fazer uma obra que não era assim tão pequena, mas também ter gente muito disponível para nos ouvir, para nos respeitar e, principalmente, para se divertir a construir. Quando as pessoas se sentem envolvidas, são exigentes. São exigentes não só entre elas, mas também connosco e com todos os intervenientes. É muito bom quando isso acontece.”

No final da conversa, os arquitectos falam ainda sobre a viagem à Suíça que influenciou esta intervenção.


No País dos Arquitectos é um dos podcasts da Rede PÚBLICO. Produzido pela Building Pictures, criada com a missão de aproximar as pessoas da arquitectura, é um território onde as conversas de arquitectura são uma oportunidade para conhecer os arquitectos, os projectos e as histórias por detrás da arquitectura portuguesa de referência.

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