Interpol confirma emissão de aviso vermelho para Isabel dos Santos
Filha de José Eduardo dos Santos é procurada pelas autoridades angolanas por alegados crimes de desvio de fundos, tráfico de influências, fraude e lavagem de dinheiro.
A Interpol confirmou esta quarta-feira que emitiu um aviso vermelho para Isabel dos Santos, pedindo às autoridades de todo o mundo que a localizem e detenham preventivamente a empresária angolana.
A filha do ex-Presidente angolano, que tem repetidamente negado quaisquer delitos, enfrenta há anos acusações de corrupção, incluindo alegações feitas por Angola em 2020 de que ela e o seu marido (Sindika Dokolo, já falecido) desviaram mil milhões de dólares dos cofres públicos para empresas em que ambos detinham posições durante a presidência do seu pai, incluindo da gigante petrolífera Sonangol.
A agência Lusa noticiou a 18 de Novembro que a Interpol tinha emitido um mandado internacional de captura em nome de Isabel dos Santos. Mas a Interpol disse à Reuters que tinha emitido, em vez disso, um aviso vermelho (red notice) a pedido das autoridades angolanas.
A polícia global explicou que um aviso vermelho “não é um mandado internacional de captura”, mas “um pedido às forças policiais de todo o mundo para localizarem e deterem preventivamente uma pessoa que tenha extradição ou entrega pendentes ou acções legais semelhantes.”
Uma fonte próxima de Dos Santos disse a 19 de Novembro que a empresária ainda não tinha sido notificada pela Interpol. Um porta-voz de Dos Santos não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters para que comentasse.
De acordo com a Lusa, um documento oficial relacionado com o pedido feito à Interpol menciona que Isabel dos Santos está frequentemente em Portugal, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos.
O mesmo documento citado pela Lusa afirmava que Isabel dos Santos, 49 anos, era procurada por vários alegados crimes, incluindo desvio de fundos, fraude, tráfico de influências e lavagem de dinheiro.
Isabel dos Santos tem dados entrevistas recentemente, dizendo à CNN Portugal na terça-feira que os tribunais de Angola “não são independentes” e que os juízes são “usados para satisfazer uma agenda política”.