Davide Rebellín morre atropelado após terminar carreira de ciclista
O ciclista, que foi vice-campeão do mundo em 2004, tinha abandonado o ciclismo em Outubro, depois de uma carreira profissional de três décadas.
O italiano Davide Rebellín, vice-campeão mundial de ciclismo em 2004, morreu esta quarta-feira depois de ter sido atropelado por um camião nas proximidades do município de Montebello Vicentino, refere a agência de notícias italiana ANSA.
Davide Rebellín, de 51 anos, andava de bicicleta numa rodovia quando foi atropelado por um camião que, sem se ter apercebido do acidente, continuou o seu trajecto, relata ainda o jornal La Gazzetta dello Sport.
O ciclista italiano tinha encerrado a sua carreira em Outubro, depois de ter competido a nível profissional durante três décadas.
A Work Service Cycling, última equipa de Davide Rebellín, mostrou já o seu consternamento pela morte do italiano, com um depoimento na rede social Facebook em que lamenta a sua “repentina e trágica ausência”.
"Continua a pedalar, com o mesmo sorriso, o mesmo entusiasmo e a mesma paixão de sempre. Não foi assim que imaginamos o futuro”, refere a equipa, adiantando que “a dor é muita no adeus a um campeão e a uma referência para todos”.
A Work Service Cycling associa-se à dor da família e amigos, que choram pelo ciclismo e adianta que imagina Rebellín “montado na bicicleta, à procura de novos caminhos, novas subidas e novos desafios mesmo lá em cima, no céu”.
No auge da carreira, o ciclista italiano afirmou-se como um dos principais corredores de clássicas (provas de um dia). Foi o primeiro a arrebatar as três clássicas das Ardenas no mesmo ano. Conseguiu esse “triplete” em Abril de 2004, ao somar triunfos seguidos na Amstel Gold Race, Flèche Wallonne e Liège-Bastogne-Liège. Um feito que, desde então, apenas foi igualado pelo belga Philippe Gilbert, em 2011.
Acumulou vitórias praticamente do início ao fim da carreira: a sua primeira vitória como sénior foi em 1993, na prova alemã Hofbrau Cup, e a última chegou em 2017, numa etapa da Volta ao Irão-Azerbaijão. Durante os 30 anos como profissional, acumulou 62 vitórias.
Além de mais duas conquistas na Flèche Wallonne (2007 e 2009), Davide Rebellín também se impôs na Züri-Metzgete e na clássica de San Sebastián (ambas em 1997) e no Giro dell"Emilia (2006 e 2014).
Davide Rebellin ganhou ainda corridas por etapas, entre as quais se destacam o triunfo no Tirreno-Adriático (2001) e no Paris-Nice (2008). Na Volta a Itália, venceu uma etapa, em 1996, ano em que envergou a camisola rosa durante seis jornadas – acabando no sexto lugar. Ao longo da carreira, correu em 19 grandes voltas (entre Giro, Tour e Vuelta), tendo terminado oito.
Para lá do sucesso e da longevidade impressionante, o percurso do ciclista natural de San Bonifacio ficou ainda marcado por uma suspensão de dois anos depois de um controlo antidoping positivo nos Jogos Olímpicos de Pequim, onde tinha conseguido a prata – medalha que lhe foi retirada.
O italiano passou duas vezes pela Volta ao Algarve (sexto em 2006 e quarto em 2007) e uma pela Volta a Portugal (27.º em 2017).