Avaliação bancária de casas cai em número e em valor
Subida de taxas de juro e menor confiança está a levar as famílias a comprar menos habitações com recurso a empréstimos.
A avaliação bancária das casas para efeito de concessão de novos empréstimos está a reforçar os sinais de abrandamento. O valor mediano das avaliações realizadas em Outubro foi de 1420 euros por metro quadrado, menos nove euros (ou 0,6%) do que o observado no mês anterior, e o número de avaliações totalizou 25,6 mil, o que representa uma redução de 8,6% face mesmo período do ano anterior e menos 22,7% do que em Maio do corrente ano, mês em que se registou o máximo da série.
Os números divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística confirmam uma diminuição na compra de casas a crédito, mas também uma maior cautela em relação ao valor dos imóveis – a que não é alheia a forte subida das taxas Euribor a que continua a estar associada grande parte dos novos empréstimos à habitação (as taxas fixas são ainda mais elevadas) –, a preocupação decorrente subida da inflação e um contexto de maior incerteza a vários níveis.
No que se refere ao número de avaliações bancárias, a queda já se verifica desde Julho.
Na avaliação dos imóveis, o valor de 1420 euros por metro quadrado ainda representa uma subida em termos homólogos, mas em abrandamento. O valor revela uma variação de 13,5%, abaixo dos 15,6% em Setembro.
O maior aumento face a Setembro registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,2%) e a única descida verificou-se no Norte (-0,2%).
Em termos homólogos, o crescimento mais intenso verificou-se no Algarve (18,8%) e o menor no Norte (10,7%).
No mês em análise, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos situou-se em 1581 euros, menos 0,6% que no mês anterior e um aumento de 14,2% relativamente ao mesmo período do ano passado.
Os valores mais elevados foram observados no Algarve (1.967) e na Área Metropolitana de Lisboa (1.878 euros), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (1.033 euros).
O valor mediano das moradias foi de 1.142 euros em Outubro, um acréscimo de 13,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 0,5% face a Setembro.
Os valores mais elevados observaram-se no Algarve (2079 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (2009 euros), e os valores mais baixos no Centro (927 euros) e no Alentejo (937 euros).
Na análise por regiões NUTS III, verifica-se que o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa, o Alentejo Litoral e a Região Autónoma da Madeira apresentaram valores de avaliação 40,0%, 33,8%, 13,3% e 0,8%, respectivamente, superiores à mediana do país, com o Alto Tâmega a registar o valor mais baixo (-47,0%).