Portugueses voltam a poupar mais e a endividar-se ligeiramente menos
Depois da queda de Setembro, total dos depósitos cresce 800 milhões de euros em Outubro, mais 7% que em 2021.
Será preciso esperar para ver se a tendência se vai manter, mas a evolução do stock de empréstimos e depósitos volta a dar sinais de maior preocupação das famílias em relação à conjuntura económica. O montante de novos empréstimos desacelerou ligeiramente em Outubro e, também por isso, os depósitos aumentaram.
Os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP) mostram que, no final de Outubro, o montante total de empréstimos para habitação era de 100,1 mil milhões de euros, mais 100 milhões de euros do que no final de Setembro. “Esta evolução representa um crescimento de 4,2% em relação a Outubro de 2021, desacelerando pelo terceiro mês consecutivo”, adianta o supervisor.
O stock dos empréstimos a particulares para compra de casa tinha atingido, em Setembro, um total de 100 mil milhões de euros, mais cerca de 240 milhões de euros do que no final de Agosto.
O montante dos empréstimos ao consumo totalizou 20,7 mil milhões de euros no mês passado, o que reflecte um crescimento de 6% relativamente a Outubro de 2021. Também neste segmento há um ligeiro abrandamento, face ao aumento de 6,3% registado em Setembro.
Em velocidades diferentes evoluíram os depósitos de particulares nos bancos residentes, totalizando 182,1 mil milhões de euros em Outubro, um aumento de 0,8 mil milhões de euros relativamente a Setembro. Em termos homólogos, verifica-se um crescimento de 7%.
Este crescimento do stock compara com a queda em cerca de 100 milhões de euros verificada em Setembro, relativamente a Agosto do corrente ano.
No mês em apreço, os depósitos à ordem e os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) representavam, respectivamente, 49% e 51% do montante total de depósitos.
“Desde o início do ano, os depósitos à ordem constituídos pelos particulares aumentaram 6,9 mil milhões de euros. Este aumento foi, no entanto, inferior ao observado no mesmo período do ano anterior (7,3 mil milhões de euros)”, destaca o BdP, acrescentando que “os depósitos a prazo aumentaram 2,3 mil milhões de euros desde Janeiro de 2022, superando o valor observado nos mesmos meses de 2021 (0,5 mil milhões de euros)”.
A evolução dos empréstimos e dos depósitos é medida pela taxa de variação anual, o que significa que é calculada apenas com base no montante das transacções (concessão e amortizacção/reembolso de empréstimos e depósitos), desconsiderando outros efeitos (por exemplo, cambiais).