Cinco jovens cientistas distinguidas com o Prémio Maria de Sousa
O Prémio Maria de Sousa distinguiu cinco investigadoras portuguesas que vão poder alavancar os seus projectos de investigação em várias áreas e estagiar em centros internacional de excelência.
Realizou-se no passado dia 14 de Novembro, a cerimónia de entrega de prémios da 2ª edição do Prémio Maria de Sousa, promovido pela Ordem dos Médicos e Fundação Bial, que visa galardoar e apoiar investigadores portugueses e homenagear a imunologista e investigadora falecida em 2020. Pelo segundo ano consecutivo, o Público foi o media partner do evento, assegurando a transmissão em directo da cerimónia de entrega no YouTube, site e Facebook do jornal, a partir do Teatro Thalia, em Lisboa. A edição deste ano recebeu 54 candidaturas.
Na sessão de abertura do evento – que foi presidido pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato – Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, começou por afirmar que este galardão não fica por aqui e está prevista uma terceira edição no próximo ano com as mesmas características, o mesmo espírito de homenagem e o mesmo júri. “Se é certo que nada nos fará ultrapassar a perda da professora Maria de Sousa, não será menos verdade que dar continuidade ao seu legado é a mais nobre forma de a homenagear”, adiantou. Logo após a morte da cientista reconhecida internacionalmente, a Ordem dos Médicos e a Fundação BIAL juntaram-se nesta parceria que destaca “a excelência da liderança de quem valoriza a investigação”.
Nesta edição, subiram ao palco cinco jovens investigadoras que foram distinguidas “pela elevada qualidade das suas candidaturas e projectos que merecem o apoio e o devido reconhecimento público”. “Hoje comemoramos a ciência na investigação, na inovação e na medicina. Comemoramos uma grande mestre que se distinguiu pela sua qualidade científica e técnica, aliando a investigação ao humanismo, o conhecimento ao ensino e formação, a alegria de viver ao espaço das artes”, sublinhou. Cada vencedora receberá até 30 mil euros, um montante que permitirá alavancar a continuidade dos seus projectos de investigação.
Luís Portela, presidente da Fundação BIAL, destacou que “Maria de Sousa foi uma cientista excepcional, uma mulher inteligente e sensível, com grande capacidade de trabalho, que pugnava por elevados níveis de qualidade em tudo o que fazia. Tornou-se exigente, por vezes um pouco áspera, mas sempre coerente e profundamente doce, assumindo com dedicação, por vezes mesmo com paixão, os projectos em que se envolvia.” Realçando a parceria com a Ordem dos Médicos, destacou a sintonia de ambas as instituições “no apoio ao desenvolvimento científico na área da saúde para que os jovens cientistas desenvolvam a sua carreira e ’ganhem mundo’, como Maria de Sousa tanto pugnava”.
Maria do Carmo Fonseca falou em representação do júri, reforçando a total dedicação de Maria de Sousa à ciência durante toda a sua vida. Mas não só. “Foi uma pessoa extremamente preocupada em garantir que as novas gerações pudessem ter literacia científica e tivessem oportunidade de desenvolver uma carreira em Portugal na área da ciência, se assim quisessem”, sintetizou. E acrescentou que “este prémio é um incentivo aos mais jovens, a terem a sua própria investigação, mas também a fazerem um estágio de treino e especialização num centro internacional”.
Após a entrega dos galardões e a apresentação dos projectos premiados, a sessão de encerramento esteve a cargo de Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que sublinhou o facto de serem cinco mulheres a serem distinguidas nesta edição. “É de vós que esperamos todas as perguntas porque, como dizia a Maria de Sousa, investigar é perguntar com instrumentos. É de vós que esperamos muitas respostas mesmo que não sejam as que estão à espera quando iniciam a jornada”, referiu. Considerando Maria de Sousa uma inspiração para várias gerações de investigadores, a ministra reforçou a ideia de que “a herança deixada pela imunologista deverá ser continuada e perdurada”. Para tal, precisamos de “mais ciência, mais estabilidade na carreira científica, mais consórcios, mais redes europeias”.
Clique aqui e (re)veja a cerimónia de entrega do Prémio Maria de Sousa.