Messi derrota México e deixa apuramento nas mãos da Argentina
Benfiquista Enzo Fernández saiu do banco para confirmar o triunfo da sua equipa, com um golo fenomenal. Sul-americanos dependem de si, mas voltaram a exibir-se bem abaixo das expectativas.
Depois de mais de uma hora de futebol depressivo da Argentina, Lionel Messi inventou um golo de fora da área e deixou a selecção sul-americana a depender de si para ultrapassar a fase de grupos no Qatar. O triunfo frente ao México chegou a ser uma miragem face à total apatia dos argentinos, até a estrela do PSG gritar presente e deixar claro que quer ir mais longe no último Mundial da sua carreira. Nos minutos finais do tempo regulamentar, o benfiquista Enzo Fernández confirmou o triunfo.
Uma partida de tudo ou nada! Foi assim que a imprensa argentina qualificou o confronto (literal em algumas fases do jogo) com os mexicanos. Uma inesperada final antecipada para a selecção de Lionel Scaloni, impedida de perder para manter hipóteses de seguir na prova e emendar a imagem deixada com a surpreendente derrota com a Arábia Saudita (2-1) na ronda inaugural, depois de ter estado a vencer.
O panorama da selecção argentina tornou-se mais claro após o triunfo da Polónia frente aos sauditas (2-0), horas antes. Vencendo os mexicanos, a equipa dependeria de si própria para selar a qualificação para os oitavos-de-final na derradeira jornada, mas um empate deixaria os argentinos a olhar para o resultado da outra partida do grupo.
Sem espaço para falhar, Scaloni procurou desdramatizar o cenário, reafirmando que o apuramento continuava nas mãos da Argentina. Mexeu bastante no “onze” titular, com cinco alterações, três na defesa – onde se manteve apenas o guarda-redes Emiliano Martínez e o defesa-central do Benfica Nicolás Otamendi - e duas no meio-campo.
Não resultaram daqui melhorias, bem pelo contrário. A primeira parte da Argentina foi paupérrima, com a equipa a não esconder a pressão, conseguindo o que parecia difícil: piorar em relação à partida com os sauditas. Sem uma única oportunidade de golo clara durante 64 minutos, o conjunto sul-americano demonstrava uma incompreensível falta de soluções para lidar com a previsibilidade do adversário.
Com um sólido e numeroso bloco defensivo, o México lutou por cada bola com grande agressividade, o que resultou num jogo muito faltoso, quase sem baliza ou motivos de interesse, em particular na metade inicial. O empate era um resultado que não servia propriamente a ninguém, mas mantinha os norte-americanos a depender de si próprios no encerramento da fase de grupos, frente à Arábia Saudita.
Messi, que igualava neste encontro o recorde de Maradona de 21 jogos disputados em fases finais de mundiais, não encontrou espaços ou inspiração para fazer a diferença, recuando muito no terreno para se libertar da marcação cerrada e tentar ligar o jogo da sua equipa. Mais do que escandalizar com uma eliminação precoce, os sorumbáticos argentinos não demonstravam argumentos para justificarem uma presença nos oitavos-de-final.
Quando nada o fazia prever, Messi apanhou uma bola em zona frontal ainda antes da meia-lua da área adversária, rematou forte e colocado de pé esquerdo, fazendo a bola entrar junto ao poste canhoto da baliza de Ochoa.
A três minutos do final do tempo regulamentar, Enzo Fernández, saído do banco aos 57’, abrilhantou o resultado, com um grande golo, num remate cruzado à entrada da área. Um resultado que pode trazer alguma luz aos argentinos, que não esconderam o estado depressivo em que se encontravam.
O resultado permite encarar com outro espaço de manobra o último jogo frente à Polónia, onde novo triunfo pode mesmo catapultar os sul-americanos para o primeiro lugar do Grupo C.