A Bélgica salvou-se de ser mais uma “vítima”

“Diabos vermelhos” sofrem para derrotar o Canadá, que teve Steven Vitória e Stephen Eustáquio como titulares.

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Batshuayi marcou o golo que salvou a Bélgica de uma entrada em falso EPA/Rungroj Yongrit

Arábia Saudita a ganhar à Argentina, Japão a ganhar à Alemanha. Canadá a ganhar à Bélgica? Esteve perto de acontecer aquela que seria a terceira grande surpresa do Mundial 2022, mas os “diabos vermelhos” salvaram-se de semelhante embaraço, acabando por triunfar por 1-0 perante a selecção americana e garantindo a liderança do Grupo F ao final da primeira jornada. De regresso ao Mundial 36 anos depois do México 86, os canadianos tiveram oportunidades para vencer e convencer (incluindo um penálti), enquanto os belgas só precisaram de uma.

Os rumores de que esta “geração dourada” da Bélgica está em decadência acelerada são verdadeiros. Salva-se Thibaut Courtois na baliza, Kevin de Bruyne no meio-campo e pouco mais. O Canadá, com os seus dois “portugueses” em campo Steven Vitória e Stephen Eustáquio, desafiou todas as previsões e chegou a deixar a Bélgica de joelhos, tal a quantidade de oportunidades que foi desperdiçando ao longo do jogo, sobretudo na primeira parte.

Sem velocidade de circulação e sem pernas, os belgas deixaram-se engolir pelo jogo rápido e valente dos canadianos, muito bem liderados por Eustáquio (o médio do FC Porto foi o melhor em campo), e foram-se aproximando com muito perigo da baliza de Courtois, mas sempre com um problema na definição das jogadas – noite algo desinspirada de Alphonso Davies e Jonathan David na hora da finalização.

Foi o que aconteceu logo aos 10’. Carrasco cortou um remate de Buchanan com o braço, o árbitro foi avisado pelo VAR e, depois de rever as imagens, assinalou penálti. Alphonso Davies, o craque do Bayern, avançou, mas denunciou o remate e Courtois defendeu. Foi a mais perigosa das oportunidades do Canadá, que acabou o jogo com 21 remates, mais do dobro dos da Bélgica.

A formação de Roberto Martínez não precisou muito. Só de uma bola a 60 metros e a velocidade de Batsuhayi. Numa rara distracção canadiana, e depois de um corte falhado de Vitória, o avançado do Fenerbahçe não precisou de muito. Dois toques na bola e golo. Depois, foi resistir até ao fim. E os canadianos, que passaram o Mundial de 1986 com três derrotas e zero golos marcados, ainda são candidatos a ser uma boa surpresa.

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