Pinóquio, um boneco de madeira entre os fascistas
Guillermo del Toro é mais adulto a falar para crianças do que quando se quer dirigir a adultos.
Há sempre um lado infantil nos filmes teoricamente “adultos” de Guillermo del Toro. Os universos fabulosos, a atracção pela bonecada, a moral simples e límpida dos contos de fadas, a ornamentação sentimental — enfim, uma espécie de constante pacto de não-agressão, desenxabido como tudo mas bem ao gosto da época, capaz de render Óscares (o insuportável A Forma da Água) e suficiente para guindar del Toro à posição de uma das mais influentes figuras da Hollywood contemporânea, definitivamente um reino de crianças grandes, como qualquer cerimónia da Academia anualmente confirma.
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