Argentinos e “argentinos” aquecem Doha. Afinal, temos Mundial
Foi preciso chamar os argentinos, que, com ajuda dos sauditas e de uns outros amigos do Médio-Oriente, finalmente trouxeram ambiente de Campeonato do Mundo. Há festa rija em Lusail.
Muito bom dia. Senhoras e senhores, meninos e meninas, sejam bem-vindos ao Mundial 2022. Falta pouco para o meio-dia, em Doha, e foi nesta manhã de 22 de Novembro que o Mundial chegou ao Qatar.
Foi preciso chamar os argentinos, que, com ajuda dos sauditas e de uns outros amigos do Médio-Oriente, finalmente trouxeram ambiente de Campeonato do Mundo.
A selecção sul-americana é tradicionalmente das que mais adeptos trazem e a estreia frente à Arábia Saudita, que vem de aqui bem perto, está a espoletar, ao terceiro dia de Mundial, o ambiente que todos queríamos.
Afinal, temos Mundial.
Argentinos e “argentinos”
A cerca de uma hora e meia do início do Argentina-Arábia Saudita, o exterior do estádio Lusail – uma autêntica obra-prima, acrescente-se – já tem filas. E que bom é haver filas.
E já há barulho – que bom é haver barulho. Já há cânticos – e que bom é haver cânticos e escutar as músicas da afición argentina. Já há, no fundo, argentinos a tomarem conta da festa. Bom, talvez não seja rigorosamente assim.
Na verdade, os argentinos estão a ter uma ajuda dos “argentinos” – os que se definem pelas aspas.
Como se sabe, o Qatar tem feito questão de não deixar a festa por mãos alheias e tratou de garantir que alguns locais ajudariam a criar ambiente, equipados a rigor como argentinos.
Junto ao estádio Lusail dá-se, assim, um cenário cómico: separados por não mais de dez metros, um clã argentino canta em castelhano e um clã “argentino” canta numa outra língua.
Mas que dizemos nós? Argentinos ou “argentinos”, o importante é que há Mundial. Que venha para ficar.
Dentro do estádio vai dar-se um efeito enganador. Há algumas clareiras nas bancadas e cadeiras vazias, mas, no Lusail, existem 80 mil lugares. Um recinto de dimensões tremendas, pelo que até é pena que os adeptos de Argentina e Arábia Saudita não tenham tido a possibilidade de esgotarem um estádio - mesmo que um dos mais pequenos.
Fora do estádio, a festa era argentina. Dentro do recinto, são os sauditas quem tomam conta da festa - parecem estar em maioria no número de adeptos e, sem dúvida, no barulho que fazem.