Tem sido frequente. Tropeço em escritores, músicos e artistas com as quais gostaria de passar mais tempo. Os lugares destes felizes acidentes são diversos. Um jornal de papel, um artigo publicado on-line, um anúncio de uma editora. O mais recente deu-se quando abri as páginas de um jornal literário dos Estados Unidos. Enquanto percorria os longos e verticais parágrafos de um artigo, dei com um novo escritor: Bret Harte. Revelou-me o autor do artigo que Harte nos deixou, na sua extensa obra literária, histórias da corrida à Califórnia nos finais do século XIX. A dada altura, terá mesmo corrigido Ralph Waldo Emerson quando este, do alto do seu entusiasmo, exaltou o carácter civilizador do acontecimento. “Não”, terá dito, “os prospectores de ouro, as prostitutas, os jogadores não trouxeram a civilização, mas o vício”. Linhas adiante, nova revelação: Bret Harte inspirou Mark Twain. Cedi, finalmente, à curiosidade e coloquei o nome do primeiro num motor de busca da Internet, ainda que sem intenção de ler qualquer um dos seus livros. A razão para esta plácida recusa é prosaica: não tenho tempo.
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