A candidatura a um novo emprego implica um CV personalizado para impressionar os directores e mostrar as tuas competências. Os recrutadores analisam os currículos durante cerca de sete segundos, de acordo com James Reed, presidente do prestador de serviços de recrutamento The Reed Group.
Esta análise rápida pode decidir quem fica de fora da lista de candidatos, e os erros ortográficos são a forma mais fácil de começar a eliminar pessoas.
Estas são algumas das principais dicas sobre o que deves evitar, de acordo com especialistas de recursos humanos entrevistados pela Bloomberg.
Quão longo deve ser um CV?
Descreveres toda a tua experiência de vida em páginas intermináveis é o primeiro erro que podes cometer. Não faças o teu CV demasiado longo. Idealmente, deve ter entre duas e três páginas. A directora de colocações permanentes da Hays, Gaelle Blake, diz que o ideal são duas páginas e meia. Podes colocar tudo e ser conciso.
“Menos é mais num CV, porque temos o LinkedIn”, afirma Shelley Cane, que trabalha nas colocações permanentes de recursos humanos na Robert Half. Shelley analisa centenas de currículos por semana e diz que é desencorajador quando tem de percorrer muita informação.
Quais são os melhores tipos de letra?
Usar um tipo de letra difícil de ler é outra má decisão. O design pode mostrar personalidade, mas as fontes que são de difícil leitura tornam o processo mais longo, adiando o recrutamento. No que respeita às fontes, Blake aconselha a utilização de Arial ou Calibri, porque são “muito simples”. É um consenso: não queres irritar a pessoa que está entre ti e uma entrevista.
Qual é o melhor modelo de CV ou layout?
Estás a pensar escrever uma lista de todas as tuas conquistas recentes? Pensa outra vez. Não cometas o erro de as listar num só bloco, aconselha Crane. Em vez disso, divide os teus sucessos em secções, como “experiências de trabalho anteriores” e “educação”.
Reed recomenda um modelo “clássico de CV”, que indique os empregos anteriores por ordem cronológica inversa, com a educação no final. No entanto, existem algumas excepções à regra – tais como recém-formados, pessoas que têm grandes lacunas no emprego ou que estão a mudar de profissão.
Depois, há espaço de manobra para destacares outros aspectos das tuas competências. “O teu papel mais recente, actual ou anterior, é o que tem que estar no topo e é lá que precisas de mencionar os teus sucessos”, afirma Crane, que também recomenda a inclusão de parâmetros sobre a forma como contribuíste para cada local onde trabalhaste.
Devo incluir passatempos e interesses no meu CV?
Algo que é um pouco mais controverso entre os peritos é se devemos incluir passatempos e interesses no currículo. Eles chegam, no entanto, a algum consenso: tudo o que é colocado no teu CV deve ser intencional e relevante.
Blake, que defende que devemos incluir passatempos, acrescenta que estes “podem ser extremamente importantes e relevantes” – se forem usados correctamente. Se não tiveres a certeza, pensa se o passatempo tem a ver com o trabalho antes de o incluíres.
Que assunto devo escrever no email para enviar o meu CV?
Primeiro, não cometas o erro de não incluir assunto. Verifica duas vezes se o escreveste antes de clicares em enviar. Começa por indicar que o email é uma candidatura e, de seguida, menciona o trabalho a que te estás a candidatar, aconselha Crane. Se só estiveres a tentar divulgar o teu nome junto dos recrutadores, certifica-te que colocas a área em que trabalhas ou qual o cargo que estás à procura.
Blake recomenda que primeiro conheças os recrutadores da tua área antes de enviares emails. Desta forma, sabes quais são os cargos que eles estão a anunciar, não estás apenas a enviar mensagens a pessoas do nada, para trabalhos que não existem. Assim, também fica mais fácil escrever o email e o assunto.
Ainda é preciso uma carta de apresentação com um CV?
Cartas de apresentação que não incluem informações relevantes deixadas de fora do corpo principal do teu CV são também um erro. Talvez possas utilizá-las para acrescentar um pouco de personalidade. Caso contrário, talvez seja melhor ignorá-las.
Embora este conselho não seja universal, Reed defende que, se quiseres mostrar que podes ir mais longe, não há problema em enviares uma carta de apresentação, mesmo quando não está especificada. Mas certifica-te que é curta. Por isso, confirma que quer o teu CV, quer o teu LinkedIn, estão actualizados tanto quanto possível para mostrares o teu melhor “eu”. O mais importante – em cada parte da candidatura – é seres sucinto.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post