Coreia do Norte volta a disparar míssil para o mar

Lançamento de míssil balístico de curto alcance aconteceu poucas horas depois de a chefe da diplomacia norte-coreana ter criticado duramente os EUA e os seus aliados asiáticos.

Foto
Míssil norte-coreano foi lançado às 10h48 de Seul KIM HEE-CHUL / EPA

A Coreia do Norte voltou a disparar esta quinta-feira um míssil balístico de curto alcance que caiu ao largo da costa da Península Coreana. O mais recente teste de armamento aconteceu poucas horas depois de o regime ter feito novas ameaças de recorrer à força contra o aumento da presença militar norte-americana na região.

O lançamento do míssil foi detectado pelas forças sul-coreanas às 10h48 (menos nove horas em Portugal continental), depois de ter percorrido uma distância de 240 quilómetros e ter atingido uma altitude de 47 quilómetros, de acordo com a agência Reuters. Há pelo menos uma semana que a Coreia do Norte não realizava um teste de armamento.

Desde o início do ano, o regime norte-coreano realizou um número recorde de testes balísticos, para além de efectuar vários disparos de artilharia na direcção do mar. Pyongyang tem igualmente reforçado a retórica bélica, acusando os EUA e a Coreia do Sul de provocações por causa dos seus exercícios militares conjuntos.

Poucas horas antes do lançamento do míssil, a ministra dos Negócios Estrangeiros norte-coreana, Choe Son Hui, criticou duramente uma cimeira trilateral entre os EUA, Coreia do Sul e Japão, em que os três aliados condenaram a conduta de Pyongyang e deixaram promessas de reforço da cooperação em matéria de defesa. Washington comprometeu-se a defender os dois aliados regionais com todas as capacidades à sua disposição, incluindo armamento nuclear, perante uma potencial agressão norte-coreana.

Os EUA têm uma forte presença militar permanente na Coreia do Sul, em torno dos 28 mil efectivos, que remonta ao final da Guerra da Coreia, em 1953 – um conflito que está formalmente activo, embora sem hostilidades desde então. Washington e Seul organizam frequentemente manobras militares que são vistas em Pyongyang como ameaças à sua segurança nacional, embora os dois países os apresentem como exercícios de natureza defensiva.

A chefe da diplomacia norte-coreana disse que os “exercícios bélicos de agressão” organizados pelos três países falharam em conter a Coreia do Norte e que, na verdade, representam uma “ameaça mais grave, realista e inevitável” contra si mesmos.

Quanto maior a insistência de Washington em apoiar militarmente os seus aliados asiáticos, “mais feroz será a resposta militar” do regime, declarou Choe. “Os EUA irão saber que estão a fazer uma aposta arriscada, pela qual certamente se vão arrepender”, acrescentou.

Apesar de não realizar nenhum teste nuclear há mais de cinco anos, os receios de que a Coreia do Norte possa voltar a fazer um ensaio deste género têm aumentado. Os serviços de informação dos EUA e da Coreia do Sul acreditam que o regime reuniu as capacidades técnicas necessárias para voltar a testar uma arma nuclear, provavelmente para desenvolver uma ogiva com a dimensão adequada para ser acoplada a um míssil de curto alcance.

Para o regime de Kim Jong-un, o desenvolvimento de um programa nuclear tornou-se uma garantia de sobrevivência, uma vez que previne qualquer tipo de acção contra Pyongyang.

Sugerir correcção
Comentar