Portugal vence Nigéria em teste de baixa intensidade

Selecção nacional triunfa por 4-0 sobre a sua congénere nigeriana no último ensaio antes do Mundial 2022. António Silva estreou-se como titular, Gonçalo Ramos estreou-se com um golo.

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Gonçalo Ramos estreou-se na selecção portuguesa com um golo Reuters/RODRIGO ANTUNES

Foi mais um teste para desentorpecer as pernas do que um propriamente para testar alguma coisa. No seu primeiro e único jogo antes de entrar em acção no Mundial do Qatar, a selecção portuguesa, com Cristiano Ronaldo ausente, venceu sem grandes problemas a Nigéria de José Peseiro por 4-0. Em Alvalade, foi um antigo homem da casa a assumir o papel de goleador – Bruno Fernandes marcou dois dos golos portugueses – e até deu para dar a primeira internacionalização a António Silva e a Gonçalo Ramos – o ponta-de-lança benfiquista marcou na estreia.

O bis do ex-Sporting a estreia dos dois jovens craques do Benfica foram os pontos mais relevantes de um jogo nada problemático para Portugal, em que a baixa intensidade foi assumida pelos dois lados. A escolha da Nigéria como adversário para o único jogo de preparação de Portugal para o Mundial, admitiu Fernando Santos, teve como objectivo preparar a selecção portuguesa para a sua estreia no Mundial, frente ao Gana. Mas a natureza particular deste encontro retirou, à partida, a carga competitiva que Portugal irá ter frente a qualquer adversário no Qatar. Ninguém meteu muito o pé, houve poucas faltas e tudo decorreu num ambiente bastante amigável.

Santos não tinha Ronaldo para lançar – por estar com uma gastroenterite – e apresentou um “onze” que, em teoria, não será aquele que irá alinhar de início em Doha daqui a uma semana, a começar na baliza, que teve Patrício em vez de Diogo Costa. André Silva foi o homem mais adiantado, com o apoio de João Félix e Bernardo Silva, mais Bruno Fernandes e Otávio a municiar a partir do meio-campo. Na defesa, António Silva entrou directamente no “onze” ao lado de um indiscutível, Rúben Dias, com Nuno Mendes e Dalot – dos dois, é mais provável que Santos dê a titularidade ao homem do PSG.

Foi um jogo de intensidade baixa com a ocasional injecção de velocidade, mas sempre dominado pela selecção portuguesa, com João Félix a assumir as despesas maiores do ataque. Não começou bem – remate falhado aos 5’ após boa jogada de Bernardo – mas foi dele a visão de jogo que conduziu ao primeiro golo quatro minutos depois. Passe longo de Félix na direcção de Dalot, o lateral do Manchester United esperou pela saída do guarda-redes nigeriano e fez o passe atrasado para o seu colega dos “red devils” Bruno Fernandes encostar.

Não há muito mais a relatar da primeira parte, a não ser que a Nigéria conseguiu ter uma aproximação razoavelmente perigosa aos 31’, com um remate de Moses Simon que Patrício defendeu com segurança. E o lance que resultaria no 2-0 para Portugal, em que Bernardo ensaiou um cruzamento, mas a bola não chegou ao destino por ter sido desviada pelo braço de Bright Osayi-Samuel. Aos 35’, na conversão do castigo, Bruno Fernandes fez o 2-0 – tal como tantas vezes fez nos tempos em que Alvalade era a sua casa.

Avancemos rapidamente até aos últimos dez minutos da segunda parte, porque pouco ou nada se passou na meia-hora anterior – substituições de ambos os lados a não fazerem nada pela qualidade do jogo, assinalando-se o regresso de Pepe. Aos 80’, Dalot provocou um penálti, mas a Nigéria não aproveitou – Dennis permitiu a defesa de Patrício. E logo a seguir, Portugal arrancou para a goleada. Pouco depois de entrar, Gonçalo Ramos fez o 3-0 aos 82’ após passe de Rapahel Guerreiro, e, aos 84’, foi João Mário a fechar a contagem após brilhante trabalho de Félix.

E o que ficou deste último teste que não foi verdadeiramente um teste? António Silva tem apenas 18 anos, mas estava à vontade - quem tem qualidade, geralmente é assim. João Félix foi o melhor de Portugal e isso é uma boa notícia, Ramos também não estranhou a estreia. Pepe não teve nenhuma recaída e ninguém se lesionou, o que é sempre bom. E houve muitos golos, o que também é sempre bom. Agora, é repetir tudo isto no Mundial.

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