Cristiano Ronaldo assume provável despedida da prova no Qatar

Segunda parte da entrevista do capitão da selecção portuguesa foi transmitida esta quinta-feira.

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Cristiano Ronaldo, capitão da selecção nacional Reuters/PEDRO NUNES

O futebolista internacional português Cristiano Ronaldo, que representa os ingleses do Manchester United, admitiu esta quinta-feira que “provavelmente” vai disputar no Qatar a quinta e última presença numa fase final de um mundial.

“Sexta presença em 2026? Vai ser difícil. Se será o meu último Mundial? Provavelmente. Estou muito optimista. Temos um treinador fantástico e uma grande geração de jogadores. Estou convicto de que vamos fazer um grande Mundial2022”, frisou o capitão da selecção nacional, na segunda parte da entrevista concedida a uma estação televisiva britânica.

A 22.ª edição da prova realiza-se no Qatar, entre domingo e 18 de Dezembro, em plena temporada 2022/23, com Portugal a encarar Gana (24 de Novembro), Uruguai (dia 28) e Coreia do Sul (2 de Dezembro), orientada pelo treinador luso Paulo Bento, no grupo H.

“Não somos favoritos. Nunca o somos. Provavelmente, são França, Espanha, Argentina, Alemanha e Brasil. Claro que a Inglaterra tem uma chance, assim como Portugal. Vai ser diferente, mas não me importa que aconteça no Inverno. Falam de que não foi uma boa opção escolher o Qatar, mas deveriam ter pensado nisso antes. Temos de nos focar no futebol e em dar boas-vindas às pessoas, que querem desfrutar deste Mundial2022. Vejo um bom torneio e acho que o Qatar está preparado. Sinto uma boa energia”, referiu.

Advertindo que será “duro e extremamente difícil”, Cristiano Ronaldo lembra que “tudo é possível”, confidenciando mesmo que “já sonhou uma vez” em juntar o ceptro mundial aos êxitos logrados com a equipa das “quinas” no Euro2016 e na Liga das Nações de 2019.

“Sinto-me muito bem. Sinto que vou fazer um Mundial brutal. Estou mental e fisicamente preparado. É o que é. A vida é boa. Estou bem e feliz por fazer esta entrevista, que vai gerar polémica, mas é assim”, atirou, na sequência de um início de temporada 2022/23 atribulado no Manchester United, com três golos em 16 jogos, dez dos quais como titular.

O avançado madeirense, de 37 anos, revelou que “terminaria a carreira” no imediato se, perante uma eventual final entre Portugal e Argentina, fizesse os mesmos dois golos do ‘albiceleste’ Lionel Messi antes de concretizar o ‘hat-trick’ decisivo já perto do apito final.

“Isso seria bom demais. Não esperaria um sonho assim tão bom quanto esse [risos]. Se Portugal alcançar a final e alguém que não eu marcar, mesmo que seja o guarda-redes, não me importa. Serei a pessoa mais feliz do mundo. Se isso acontecesse, posso dizer que terminaria a minha carreira”, expressou, mostrando vontade em “jogar mais dois ou três anos no máximo” e terminar a carreira “aos 40”, mesmo que “a vida seja dinâmica”.

Durante a conversa com o jornalista inglês Piers Morgan, ‘CR7’ elogiou o avançado dos franceses do Paris Saint-Germain, que se notabilizou nos espanhóis do FC Barcelona, com ambos a disputarem a ribalta do futebol mundial ao longo da última década e meia.

“Como jogador é extraordinário, mágico, de topo. Partilhámos o relvado 16 anos. Tenho uma boa relação com ele. Não somos amigos de falar ao telefone ou de ir a casa um do outro, mas é como se fosse um colega de equipa e respeito-o. Até as nossas mulheres são argentinas. O que vou dizer dele? Grandes coisas. É um grande homem e fez tudo pelo futebol. Se é o melhor que vi para além de mim? Provavelmente, sim, tal como o [Zinédine] Zidane”, avaliou, aludindo ao treinador francês que o orientou no Real Madrid.

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi vão lutar por um inédito título à quinta participação num campeonato do mundo, depois de terem congregando sucessos em 12 das 13 Bolas de Ouro atribuídas de 2008 a 2021 e em 10 de 12 Botas de Ouro entre 2007/08 e 2018/19.

Se o argentino comanda essas distinções (sete contra cinco Bolas de Ouro e seis contra quatro Botas de Ouro), o português foi por mais vezes vencedor (cinco contra quatro) e melhor marcador (sete contra seis, incluindo o ‘cetro’ que partilharam) da Liga dos Campeões.

“Se já jantámos juntos? Não. Por que não? Adoro conhecer pessoas, partilhar ideias e aprender coisas e novas histórias e cérebros. Farei isso. Sou boa pessoa, tenho um bom coração e não gosto de criticar as pessoas. Não é a forma como levo a vida”, finalizou.