Um paraíso ou um pesadelo? Como os alunos imaginam a Terra em 2122

Daqui a cem anos, como será a Terra com alterações do clima mais fortes? A propósito da Cimeira do Clima no Egipto, alunos ficcionaram esse futuro e outros desenharam o planeta que gostariam de ter.

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Francisca, 12.º ano
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Ana Peixoto, 12.º ano
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dav Carmen Silva, 11.º ano
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Renata Guedes, 11.º ano
Artes visuais
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João Rodrigo Barosa, 4° ano
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Guilherme Pereira, 4°ano
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Bárbara Ferraz, 4°ano
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João Martinho, 4°ano
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Mariana Vasconcelos, 11.º ano
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Giovana Sanches, 11.º ano
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Rita Ribeiro, 12.º ano
Artes visuais
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Lara Silva, 11.º ano
,Pintura aquarela
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Marian Santos, 11.º ano
Artes visuais
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Rafaela Sampaio, 12.º ano
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Bruna Nascimento, 12.º ano

Alunos do 10º ano presentearam-nos com um conjunto de 11 textos em que imaginam como será a Terra em 2122, numa época em que, segundo tudo o que a ciência nos diz hoje de forma sólida, as manifestações das alterações climáticas serão bastante mais acentuadas, com consequências que tememos catastróficas. A juntar aos textos, alunos mais pequenos (4º e 5º anos) e mais crescidos (11º e 12º anos) ilustraram o planeta com que sonham vir a ter um dia.

Em relação aos textos dos alunos do 10º ano, os seus autores são da turma A – Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias, da Escola Básica e Secundária de Águas Santas, na Maia. Já os 26 desenhos que publicamos vieram de alunos do 11.º e 12.º anos da Escola Secundária de Ermesinde, bem como do 4.º ano, turma B, da Escola Básica da Ermida e do 5.º ano da Escola Básica 2/3 Maria Manuela de Sá. As duas últimas escolas integram o Agrupamento Abel Salazar, em S. Mamede de Infesta.

A generosidade de todos, no âmbito do PÚBLICO na Escola, surge a propósito da Cimeira do Clima no Egipto (COP27), de 6 a 18 de Novembro. Maravilhemo-nos com as suas utopias e também as distopias.

Eu e a Petita

O relógio marca as seis da manhã. Mais um dia, mais uma noite sem dormir. Os gritos estão a ficar cada vez piores fazendo com que eu não durma há pelo menos cinco dias. Desde que a praga das ratazanas apareceu que é assim. Quer dizer, de certa forma, sempre foi assim. A minha vida sempre foi um pesadelo.

A Terra, o planeta onde vivo, está a morrer e aqueles que puderam já desertaram. Pelo que ouço dizer, colonizaram um planeta chamado Marte, há 22 anos e connosco deixaram a destruição e o caos. Saíram com promessas de voltar para consertar os erros das gerações que os antecederam, mas, como o pai dizia “longe da vista longe do coração”.

O pai nunca gostou deles, dizia que eram egoístas e que não tentaram salvar a Terra enquanto ainda podiam, mas ele nasceu em 2068, numa Terra já em extrema falência de recursos naturais, e, no fundo, ele sabia que o ponto sem retorno já tinha sido atingido, décadas antes do seu nascimento. A sua raiva era tanta que inconscientemente teve de culpar quem viu deixá-lo na podridão.

O pai nunca experienciou a Terra como um lugar saudável, só conheceu a imagem de um mundo com animais resplandecentes, plantas vibrantes, areais extensos e céu luminoso através dos relatos e fotografias da sua avó que, sendo bióloga, assistiu ao desenrolar do degredo na linha da frente. “O ser humano tinha tudo e escolheu perder tudo”, contava-lhe. E contou-me ele a mim.

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Juliana Rocha, 11.º ano

Ele próprio foi ativista ambiental na juventude, mas chegou a um ponto em que já não havia nada a defender nem reivindicar. Os seus últimos dias de vida foram passados a tentar travar a praga causada pela imundice, mas nem essa guerra ele venceu. A praga apanhou-o no ano passado e ele não resistiu, apesar dos meus esforços para o curar.

Somos cada vez menos, já não me lembro de ver uma criança pequena há meses. Agora a maior parte das gravidezes não são levadas a cabo, o corpo gestante não aguenta a criação de um novo ser vivo e, às vezes, pergunto-me se seria justo obrigar alguém a nascer nestas condições. As temperaturas são extremas, os alimentos são escassos, as águas estão contaminadas, o ar é pesado, as doenças são mortais.

Sem o pai sinto que sou só eu neste mundo arruinado, a tentar sobreviver juntamente com a Petita, a minha velha raspa, uma espécie mutante que, pelo que vi nas fotografias que o pai cuidadosamente guardou e arquivou por datas, se assemelha ao cruzamento de duas espécies a que chamavam “cão” e “coelho”. Na hora da nossa única pobre refeição diária, a vergonha que sinto da minha espécie sobrepõe-se à minha fome e ofereço à minha devoradora Petita um pouco da minha parte. Mesmo a água é racionada e só a utilizamos para beber e, no meu caso, secretamente regar algumas plantas saudáveis que mantenho escondidas numa antiga estufa que encontrei. Os rios e lagos secaram, a água dos oceanos está poluída, só alguns poços preservaram a pouca água potável existente.

Os meus dias são todos iguais, passados dentro daquilo a que ainda consigo chamar casa, a ler os livros que o pai e a bisavó me deixaram e a cuidar da estufa que eu tento manter viva em segredo, só saindo quando é realmente necessário. Por vezes, passo os meus repetitivos dias a pensar em tudo o que sei e aprendi ao longo dos tempos, tanto sobre o presente como o passado. Hoje é um desses dias.

O relógio marca as 22 horas. Hora de tentar dormir. Boa noite Pepita, boa noite pai! Espero que estejas bem e, finalmente, num lugar lindo e maravilhoso como aquele em que sempre desejaste viver. Acredito que em breve nos encontraremos.
Catarina Silva

Do tempo em que havia estações do ano

Máscaras.

Era isso que Kenna via quando entrava na carruagem do comboio.

Era isso que Kenna via todos os dias quando saía de casa.

E era isso que a entristecia tanto.

Pois, mesmo sem poder respirar sem elas, as máscaras impediam que as pessoas se reconhecessem ou que convivessem umas com as outras.

Kenna podia sentar-se à beira da mesma pessoa, durante anos, que nunca iria saber quem era. Infelizmente, todos os cuidados eram necessários, pois, com os gases tóxicos espalhados pelo ar, se alguém saísse de casa sem as proteções necessárias, acabaria morto. Por isso mesmo é que, mesmo não gostando de utilizar as máscaras, Kenna não se queixava.

Embora as janelas fossem escurecidas, ela conseguia ver o contraste entre as nuvens pretas de fumo e o branco da neve que teimava em não derreter. Kenna lembrava-se do seu avô que lhe havia contado como, há vários anos, existiam “estações do ano” e como, dependendo da época em que estavam, havia neve ou flores, calor ou folhas. Agora já só existia o frio onde Kenna vivia.

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Renata Guedes, 11.º ano

Dos altifalantes saiu a voz da senhora que anunciava as estações, alertando os passageiros de que se estavam a aproximar do fim de linha. Assim, quando o comboio parou, as pessoas saíram e dispersaram-se tão rapidamente que, em apenas alguns segundos, já quase não se via ninguém. Kenna estava também entre essas pessoas, afinal não se podia ficar ao ar livre durante muito tempo, mesmo com os fatos de proteção que todos usavam.

Com as botas a enterrarem-se na neve a cada passo que dava, Kenna dirigiu-se para as escadas que ligavam aos túneis subterrâneos. Estes permitiam que as pessoas se dirigissem aos locais mais importantes da cidade sem terem de se expor ao ar exterior. O mar de pessoas que se movimentava sem descanso rapidamente engoliu Kenna. Tendo só 12 anos e, portanto, sendo ainda baixa, ela conseguia apenas olhar para cima e tentar ver quando chegara à sua saída. Assim que avistou o sinal por que esperava, esgueirou-se pelo meio da multidão. Mal conseguiu escapulir-se da massa de pessoas, Kenna acelerou o passo, dirigindo-se para o portão com um H em azul. Passando o seu cartão para conseguir atravessar a entrada, um familiar lance de escadas acolheu-a. Ao subi-lo, Kenna passou por várias salas onde sabia que estavam mais pessoas do que deviam. Nunca havia espaço suficiente no hospital. Quando chegou à sala que procurava, bateu à porta e esperou que alguém lhe respondesse.

– Podes entrar, Kenna.

Abrindo a porta, ela entrou e foi recebida com uma visão já conhecida: o seu avô sentado na cama com uma foto de papel na sua mão morena e enrugada.

– Bom dia, avô.

Finalmente tirando a sua máscara, Kenna deixou, à vista do mundo, os seus olhos cinzentos e pele pálida.

– Como é que foi a viagem até aqui?

Ela rapidamente ocupou a cadeira solitária à beira da cama.

– Tal como todas as outras vezes… Será que me podes contar outra história tua e da avó?

O avô sorriu e as rugas por baixo dos olhos apareceram.

– Claro que sim, deixa-me ver… Era primavera, a estação preferida da tua avó, quando saímos para um passeio na praia…
Lara Silva

O sonho de acordar um século antes

São nove da manhã e mais um dia começa. Outro dia a lutar pela sobrevivência neste planeta destruído. Todos os dias, ouço relatos, vejo fotografias de como era este mundo há um século e dá-me uma tristeza profunda, quando tiro os olhos da imagem e olho para o que me rodeia. Vejo fumo, chamas e uma multidão desesperada. Nenhum de nós se atreve a tirar as máscaras, que somos obrigados a usar por causa da qualidade do ar, cada segundo sem ela, faz com que a nossa morte se aproxime.

Vou para a escola numa tentativa de me refugiar. Lá tudo é melhor. Mas é claro que nada, hoje em dia, é perfeito; na escola também não podemos beber água da torneira, não podemos beber em lado nenhum, estamos sujeitos a ser intoxicados. Então como não sobrevivemos sem água, esta foi substituída por uma feita em laboratório. A aula começa e discutimos medidas para melhorar a nossa qualidade de vida. Falamos do plástico que já não existe nas nossas casas, todo o plástico do planeta está concentrado nos oceanos. Isto faz com que também não possamos comer o pouco peixe que ainda há, por estar todo ele contaminado.

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Tatiana, 11.º ano

Regresso a casa todos os dias igual, com lágrimas nos olhos, olho à minha volta e só vejo lixo, como se fosse um tapete que cobre o chão. A tristeza envolve o meu corpo, mas tenho sempre esperança de que tudo volte a ser como era antes. Quando, finalmente, chego a casa perguntam-me como correu o dia, ao que respondo sempre o mesmo “tudo igual, nada de novo”. A hora da refeição é a melhor altura do dia, é quando, finalmente, posso tirar a máscara e ficar um pouco mais relaxada.

A hora de dormir é quando, mais uma vez, idealizo como seria a minha vida se tivesse vivido há um século e espero acordar num mundo como aquele, na manhã seguinte. Um mundo onde exista o dobro da esperança e muita coisa que se possa fazer para que a Terra não fique assim como está hoje, em 2122.
Mariana Magalhães

Num lugar imundo e inabitável

Hoje, eu acordei de forma sobressaltada. Estava com o pressentimento de que algo estava errado e, qual é o meu espanto, quando olho para o telemóvel e verifico que me encontro no ano de 2122. Tento, ainda, chamar pelos meus pais, mas não obtenho nenhuma resposta.

Comecei a correr para a porta para ver o que realmente me esperava do lado de fora e, para meu espanto, parece que me encontro num mundo deserto; então arranjei-me rapidamente e fui explorar este novo mundo. Mal saí de casa, deparei-me com ruas desertas, carros destruídos e casas abandonadas por todo lado. A Terra parecia estar abandonada.

Voltei para casa e tentei voltar a adormecer, beliscar-me todo, mas eu estava preso num ano diferente e, ao que parecia, sozinho. De repente, o meu olhar foi desviado para umas caixas que estavam empoeiradas, pois tinham um sinal chamativo em inglês “DO NOT OPEN”.

Logo curioso como sou, saltei da cama e fui abri-las. Dentro de uma caixa, tinha uma espécie de relógio como se fosse um smartwatch e uma das opções era “teletransportar”. Cliquei e, em menos de dois segundos, estava em Nova Iorque, supostamente umas das cidades mais movimentadas do mundo.

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Rita Lopes, 11.º ano

Para meu espanto, o ambiente continuava deserto… fui até ao Central Park, um famoso parque de Nova Iorque, e, para meu maior espanto, as árvores estavam todas destruídas, o espaço estava coberto de lixo, provavelmente deixado pelos antigos habitantes da Terra. De repente soa um bip no meu relógio a dizer que o oxigénio estava a acabar e que eu precisava de sair de Nova Iorque.

Cliquei novamente na opção “teletransportar” e fui parar ao Brasil, mas continuava sem conseguir encontrar ninguém. Desloquei-me até à Amazónia, uma floresta no Brasil, mas não se via nenhuma árvore e, aqui, ainda tinha um ar mais pesado… observei ainda o rio Amazonas, mas estava completamente poluído. Não acreditava no que estava a ver: a Terra tinha-se tornado um lugar imundo e inabitável! Ainda incrédulo e com uma réstia de esperança, teletransportei-me até à China e, apesar da imundice, consegui encontrar uma pessoa. Esta contou-me que ele era um dos poucos humanos que tinham sobrevivido às mudanças climáticas e que ainda habitava a Terra, quase todos os habitantes se tinham mudado para outro planeta que nem ele sabia o nome.

Por fim, o meu relógio fez mais um bip e dava-me a opção de continuar a explorar o mundo ou voltar para o meu ano, 2022. Como eu já estava com saudades da minha família, cliquei em “voltar” e felizmente consegui reencontrar-me com eles, são e salvo. Contei-lhes tudo o que me aconteceu e que tínhamos de fazer uma grande mudança nos nossos comportamentos para haver uma Terra, no futuro.
Martim Sousa

Viagem ao tempo da Grande Índia

O meu nome é Raul, nasci em Portugal, no dia 10 de fevereiro de 2007, e sou um viajante do tempo.

Vou agora dizer como tudo começou… Estávamos no dia 3 de novembro de 2022, e eu estava a acabar de acordar para ir para a escola, quando ouvi um som estranho a vir do porão, desci as escadas e vi uma circunferência luminosa a abrir, que mostrava uma cidade muito estranha. Como sou curioso, entrei na circunferência luminosa. Mais tarde, vim a descobrir que se tratava de um portal. Quando entrei no portal, viajei à velocidade da luz até àquela cidade estranha. Mal cheguei à cidade, o portal fechou-se e eu entrei em pânico.

Depois de algum tempo, vi uma pessoa, mas não parecia um ser humano comum: era um tipo de ciborgue e tinha um braço de metal. Fui falar com ele, mas respondeu-me em inglês. Então, em inglês, perguntei-lhe como se chamava. Ele respondeu que se chamava Xonan e, curioso, perguntou-me como é que eu conhecia essa língua. Elucidou-me que o Inglês era agora uma língua extinta e que, atualmente, só se falava uma língua universal que se chama kunbiy.

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Maria Veiga, 11.º ano

Quando ele disse aquilo, eu fiquei mesmo confuso! Perguntei-lhe em que ano estávamos e fiquei em choque quando me respondeu que decorria o ano 2122. Perguntei onde estávamos e ele disse-me que aquele lugar se chamava A Grande Índia, uma superpotência que surgiu em 2072.

Esta nova superpotência estava muito mais evoluída, os carros eram todos autónomos, por isso não existiam semáforos, porque era impossível haver acidentes. A esperança média de vida tinha aumentado cerca de 20 anos, em ambos os géneros e falou-me da existência de impressoras 3D gigantescas que construíam prédios de 20 andares, em cinco dias.

As escolas começaram a utilizar realidade virtual em vez de livros e computadores. Eu, por acaso, tive a possibilidade de experimentar a realidade virtual, porque Xonan era professor de história. Visualizei a 3ª Guerra Mundial e fiquei impressionado como a forma como realidade virtual era tão parecida com a vida real. Depois de ver uma parte da grande evolução da Índia, perguntei ao Xonan porque é que ele tinha um braço de metal. Respondeu-me que tinha lutado na 3º Guerra Mundial e que tinha perdido o braço, em combate. Também me confidenciou que o braço de metal tinha uma função especial, que era uma espécie de superforça.

Em relação à exploração espacial, já existiam humanos em Marte, graças a Elon Musk, já tínhamos visitado um novo sistema que tinha 23 planetas e dois sóis. Depois de estar um mês neste mundo estranho, fui para o mesmo local onde o portal se tinha fechado e vi que estava aberto novamente. Despedi-me de Xonan e voltei novamente para 2022. Quando cheguei ao meu tempo, ouvi a minha mãe a chamar-me para jantar.

E assim acabou a minha viagem que durou um mês, no mundo de 2122!
Pedro Pires

Uma geração inteira que grita por soluções

São 8h30 da manhã e acordei com o meu despertador a tocar. Olho pela janela e preparo-me para mais um dia. Sei que vai ser apenas mais um, igual aos outros, a mesma rotina. Sinto um vazio gigante… nas ruas, não vejo ninguém, nenhum ser vivo, sinto-me sozinha.

Há algumas décadas, a utilização de combustíveis fósseis e de transformações de ecossistemas para a exploração agrícola/pecuária intensiva produziram alterações climáticas com consequências muito graves. Algumas espécies vegetais e animais extinguiram-se face às alterações do clima e do seu habitat.

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Bruno Miguel, 12.º ano

Devido à subida do nível das águas dos oceanos, as populações costeiras abandonaram as suas casas e algumas ilhas desapareceram. As secas prolongadas provocaram a desertificação de algumas regiões do planeta. As chuvas torrenciais, as ondas de calor, os tornados e outros fenómenos meteorológicos extremos levaram à migração de milhares de pessoas. O problema dos refugiados ambientais é agora muito difícil de resolver. E agora? Vivemos com extremas dificuldades. Não se quiseram preocupar as pessoas do passado com coisas que poderiam acontecer no futuro

Mas, a geração do futuro sofreu as consequências do mal que fizeram ao planeta e, embora os espíritos mais inquietos e razoáveis tenham obrigado os governantes a tomarem algumas medidas ecológicas, estas revelaram-se insuficientes.

Nos últimos cinco anos, a evolução científica e tecnológica permitiu que os combustíveis fósseis fossem praticamente substituídos. As reservas de petróleo estão praticamente esgotadas, levando a que fossem produzidos carros elétricos. A utilização de energias renováveis está generalizada por todo o globo. Os robôs tornaram-se uma prática comum, são eles que nos atendem nos restaurantes, são rececionistas nas empresas e outras instituições, aspiraram as nossas casas. Na atualidade, estão a estudar um robô enfermeiro/médico. E sim, continua a haver plásticos, mas produzidos apenas a partir de matérias-primas biológicas renováveis.

Todas estas medidas têm ajudado a que as temperaturas se mantenham estáveis em consequência da diminuição da produção dos gases de efeitos de estufa (GEE). Tudo isto dá-me esperança e faz-me acreditar que nada está perdido e que daqui para a frente encontraremos sempre medidas que nos ajudarão a nós e ao planeta.

Agora não são apenas alguns espíritos inquietos, é uma inteira geração que grita por soluções e exige mudanças!
Ana Silva

Um mundo simples e saudável

13 de fevereiro de 2112: são 7 horas da manhã, o despertador começa a tocar, já está na hora de me preparar para ir para escola.

Mal acordo, a primeira coisa que faço é tomar uma pílula de desintoxicação, nesta altura toda a gente é obrigada a tomá-la, devido aos compostos químicos a que somos expostos diariamente. Após isso, tomo o pequeno-almoço, escovo os dentes e visto-me, a máscara é uma peça indispensável à sobrevivência do Homem, fazendo a assim parte da minha indumentária diária.

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Leonor Belchior 11.º ano

O caminho para a escola é a parte mais depressiva do meu dia, agora é praticamente impossível sair de casa sem carro, visto que lá fora as temperaturas podem chegar a cerca de 70 graus e vislumbra-se um forte nevoeiro formado pela quantidade excessiva de gases na atmosfera, que torna o ar irrespirável.

Na escola, não se verificam grandes diferenças, a não ser em relação aos métodos de ensino: os computadores e telemóveis deixaram de ser usados, visto que o lítio se transformou num metal escasso, incapacitando a produção de aparelhos eletrónicos. Em relação aos meus colegas, estou com eles há três anos e, mesmo assim, ainda não consegui ver a cara deles. Em relação às refeições, como todos os dias a mesma coisa, visto que a água já não pode ser utilizada para consumo próprio e a maioria das fontes nutricionais foram sido extintas. A minha alimentação baseia-se em barras nutricionais sintetizadas e a um líquido com um cheiro forte.

Ao chegar a casa a primeira coisa que faço é ver televisão, com a esperança de que as coisas tenham melhorado, mas não, ao invés disso, vejo e ouço sempre as mesmas notícias: o agravamento da poluição atmosférica, o aumento dos danos irreversíveis da camada de ozono, a poluição descontrolada dos mares e rios, a nova lista de espécies que acabam de se extinguir, o aumento das doenças e a escassez de matérias primas como a madeira, gás e o petróleo.

À noite, a única coisa que me resta é deitar-me e esperar que um dia o mundo seja um lugar como já havia sido um dia, simples, pacífico e saudável.
Rúben Pacheco

Até amanhã

Querido diário,

Estamos cada vez mais perto do fim.

Hoje, dia 27 de setembro de 2122, quando acordei, o meu relógio assinalava 11h00, o que me surpreendeu. (Desde que me mudei para a Suíça, sempre acordei antes das 7h00).

Não dormi muito bem, ontem à noite um mau pressentimento sussurrava no fundo da minha mente. Tentei ignorá-lo, esquecê-lo, seguir com o meu dia. Não era a primeira vez que algo do género acontecia. (Duvido que seja a última). A diferença era o facto de ter acordado tão tarde. Normalmente, os sussurros não eram sussurros. Eram gritos que seguiam um ciclo infinito: acordam-me a meio da noite e não me deixam voltar a adormecer.

Infelizmente, a boa noite de sono foi apenas a calma antes da tempestade. As notícias indicavam algo pior do que o normal: extinção de algumas espécies; os perigos de que a Terra seria vítima se nada fosse feito; e a tentativa falhada da Humanidade de fugir das consequências dos seus atos. Sinceramente, não sei porque ainda me surpreendo. Se algum dia qualquer destes tópicos não aparecer nas notícias, um milagre aconteceu.

Depois disso, apenas entrei no modo piloto automático – estava na hora de trabalhar. (Hoje em dia, trabalhar em casa é muito mais económico, pelo que eu faço exatamente isso). Todos os anos os salários diminuem e os preços aumentam. Poucos são os que não passam por dificuldades financeiras – talvez a exceção seja uns sobreviventes herdeiros de fortunas ou líderes políticos. Falando nestes, acreditas que ainda entram em guerra por coisas tão insignificantes? Há pouco tempo, os EUA declararam guerra à Alemanha – algo sobre regimes políticos adversários. No entanto, o maior problema é a população dos países em guerra e os seus vizinhos. (Acho ridículo a maneira como eles agem, como se estivessem certos, como se não estivessem a piorar as nossas vidas).

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Sofia Bessa, 5.ºano

O meu relógio marcava 14h20, assim que terminei a minha parte de trabalho do dia. Estava na hora de comer. Dirigi-me ao meu frigobar, protegido pela mesa de jantar. Encontrei duas garrafas de água, um pote de compota de abóbora que já estava a acabar (o presente de aniversário que comprei a mim mesma) e os restos do jantar de ontem. Teve de servir. Não fiquei cheia e eu sei que não me faz bem algum comer tão pouco, mas não há muito que eu possa fazer quanto a isso.

Apenas uma hora mais tarde, saí de casa, rumo ao supermercado. A pior parte do meu dia havia chegado – odeio ter de enfrentar a realidade em que vivemos. O céu permanecia naquele tom cinzento que me lembrava um metal prestes a ser afetado pela ferrugem. Não sei exatamente quando ou como aconteceu, mas aquela cor sobrevoa as nossas cabeças há tempo suficiente para que o antigo azul deixe de ser familiar. Observei as ruas. Os prédios pequenos – iguais àquele onde vivo – estavam repletos de buracos que a chuva ácida havia deixado nos últimos dias.

A caminhada foi normal. A destruição e as poucas pessoas, que pareciam não aguentar mais, foi tudo o que eu vi até chegar ao meu destino. O supermercado diminui todos os dias, na tentativa de abrigar os que haviam perdido as suas casas. Tudo o que consegui comprar com o restante do meu dinheiro foi uma garrafa de água (a minha maior prioridade) e três maçãs. Não fui capaz de evitar olhar para a secção de doces, agora vazia. Relembrei os felizes e confortáveis momentos antes do incidente. Antes do início disto tudo. Antes do lançamento da bomba.

O caminho para casa foi lento e doloroso. É por volta desta hora que as crianças saem de casa à procura de comida e dinheiro. Querem ajudar a sustentar as suas famílias. São nestes momentos que eu gostaria de ter apreciado a minha juventude enquanto pude. Talvez assim, eu não me sentiria desta forma. Quem é que eu quero enganar? Não são só os políticos e as pessoas no poder que permitiram isto acontecer. Talvez – só talvez – se eu me tivesse esforçado mais, se tivesse tentado mais, se tivesse prestado mais atenção, se tivesse me voluntariado, talvez nada disto tivesse acontecido. Eu sei que eu não poderia ter feito nada para prever ou parar isto. Mas estas crianças merecem melhor e eu não consigo evitar culpar-me por elas não terem esse melhor.

Assim que cheguei em casa, tentei ligar as luzes, mas a escuridão continuou a envolver-me. Tudo pareceu mais frio. Tudo o que consegui pensar foi a comida no frigobar e como ela se vai estragar. Decidi guardar as compras e tomar um duche, mas nenhuma água caiu.

A minha energia acabou e dirigi-me ao meu espelho. Fiz contato visual com um olhar como os das pessoas que vi mais cedo. Um olhar cheio de cansaço e derrota, mas principalmente vazio, simplesmente vazio. Exatamente como me sinto por dentro. Talvez seja verdade o que dizem: “Os olhos são janelas para a alma” e a minha há muito tempo que desistiu.

Agora, estou deitada no conforto da minha cama (uma cama de solteiro coberta por uma manta grossa). Estou à espera de que o sono me engula e eu possa finalmente ter o meu momento de paz. Com sorte, amanhã eu não acordarei.

Até amanhã (se tiver azar),

a alma que continua a escrever.
Joana Peixinho

Enclausurados

Era a centésima quarta manhã em que a rotina se repetia, estávamos há 104 dias apenas a sobreviver. Estávamos em julho e, como exatamente há cem anos, continuava a ser o mês em que os fogos aumentam. No entanto, enquanto há cem anos a maior parte dos fogos eram postos, cem anos mais tarde, ou seja, agora, em 2122, tornou-se quase impossível sair de casa sem a máscara de oxigénio.

A máscara que usamos apenas nos permite permanecer 40 minutos por dia fora de casa, pois o ar tornou-se tóxico e mortal causado pelo fumo e pelos detritos, tudo isto devido às alterações climáticas, quero dizer, devido à espécie humana que, há 30 anos, não se importou com os alertas que os cientistas se cansaram de fazer; não se importou porque falou mais alto a ambição incontrolável de enriquecer, de forma rápida, esgotando quase todos os recursos naturais do nosso planeta e tornaram-no praticamente um aterro gigantesco, destruindo o planeta.

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Olexandra Nikolaienko, 12.º ano

Enfim, como eu estava a dizer, a rotina mantém-se sempre a mesma, todas as noites são complicadas e o sono nunca chega rapidamente devido às altas temperaturas. No verão, a temperatura ronda os 38 graus durante o dia, e à noite os 27 graus. Já no outono e inverno, se é que assim posso chamar, a temperatura ronda os 30 graus, não oscila muito comparando com a temperatura do verão. Devido a esse calor extremo, já não chove há três anos, e os rios, lagos, oceanos e mares estão agora quase secos.

De ano para ano, estima-se quando é que o nosso planeta deixará de ser habitável, e adivinhem? Os cientistas dizem-nos que isso vai acontecer mais rapidamente do que esperávamos. Segundo eles, mais cedo ou mais tarde, acabaremos por ir viver para Marte. Pois é, durante todos estes anos percebemos que Marte tem condições que o torna um planeta habitável e deduz-se que daqui a três anos, em 2125, a OGCIPM, Organização Governamental de Controlo da Ida Para Marte, vai começar a levar alguns de nós para lá, até todos sermos evacuados para este planeta.

Até isso acontecer, tentamos não ficar alarmados com as notícias e tentamos viver o nosso dia a dia com normalidade. Embora tenham passado cem anos, continuamos a fazer compras nos supermercados e em outras lojas, mas a realidade é que Internet se tornou um meio importante não só de comunicação, mas também para a nossa própria sobrevivência, uma vez que as nossas compras são todas feitas via online e os robôs encarregam-se de as entregar mesmo à porta de nossa casa.

Agora não existem parques físicos para as crianças, uma vez que quase não podemos sair de casa. Quase todas as crianças já nascem pequenos génios e parece que antes de nascerem alguém lhes ensinou a utilizar as novas tecnologias, deduzo que nada volte a ser como era, pelo menos enquanto estivermos na Terra. As crianças já nasceram sem saber como é brincar num jardim ou até mesmo andar de baloiço. Atualmente, o divertimento das crianças é ficar a jogar, a fazer puzzles ou em chamada com outras crianças. Agora todos falamos assim, uma vez que não podemos estar todos juntos, e nisso incluem-se as aulas, que são também via online e todas as crianças e adolescentes estão habituadas à nova forma de ensino.

Acho que, quando formos para Marte, as crianças se vão maravilhar com a natureza e o contacto físico, pelo menos eu espero e espero que tudo possa voltar ao normal, num planeta onde as pessoas possam conviver e viver com normalidade, e espero mais ainda que nós, seres humanos, mudemos a nossa mentalidade e sejamos bons e cuidadosos com Marte, e não nos esqueçamos de que, se não fosse ele, provavelmente não estaríamos vivos daqui a dez anos, devido à nossa estupidez e ambição.
Beatriz Madureira

Um planeta que nos acolha

Estou no ano de 2122, já tenho 115 anos, mas estou muito bem graças à nossa tecnologia bastante desenvolvida, que conseguiu criar um medicamento capaz de prolongar o nosso tempo de vida.

Acordei bastante cedo hoje, usei o meu comando para abrir a janela e comecei a pensar em como tudo está diferente. Agora, não se pode andar livremente pelo nosso planeta, já que as temperaturas são demasiado altas para o corpo humano, chegando até aos 80 graus. Devíamos ter levado o aquecimento global muito mais a sério; agora temos caminhos específicos, onde podemos andar. O ar está bastante diferente, para além da temperatura, agora existem muitos mais gases no ar, o que torna a respiração muito difícil, no exterior.

As temperaturas levaram à morte de imensas espécies, já não vemos as árvores que estávamos habituados, não há pinheiros, oliveiras ou sobreiros, mas sim novas espécies bastante diferentes, com novas formas, cores e feitios e já preparadas para estas novas condições climáticas.

Está na hora de sair de casa, tomei o meu pequeno-almoço, a minha barra com proteínas e saí para o trabalho, usando os novos transportes (uma espécie de autocarro com condutor automático e que qualquer pessoa pode utilizar para se deslocar). Estes transportes passaram a ser utilizados por todo mundo, já que são bastante práticos, rápidos e não têm qualquer custo. Cheguei agora ao meu laboratório, neste momento estamos à procura de um novo planeta para onde tentaremos mudar alguma da nossa população e analisar a sua adaptabilidade, já que a Terra já não tem as melhores condições para a nossa sobrevivência.

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Andreia Gomes, 12.º ano

Ultimamente, a comunidade tem-se manifestado frequentemente sobre as condições de vida, as pessoas estão cansadas e fartas de viver num ambiente sem liberdade. Nós, os investigadores, estamos a dar o nosso melhor para encontrar um planeta habitável e conseguirmos transportar-nos para lá. Esta é uma tarefa muito difícil, pois precisamos de encontrar um planeta com as condições perfeitas para nós e ainda esperar que as pessoas se consigam habituar e adaptar a este planeta, protegendo-o e cuidando dele. Não podemos correr o risco de cairmos outra vez no mesmo erro e deixar que os humanos destruam novamente um planeta!

Estava na hora de sair, entrei no autocarro e fiquei a olhar para as pessoas e a pensar que tínhamos de conseguir encontrar um planeta. As pessoas já não são tão felizes como eram e sentem-se presas a um lugar. Olhei pelo vidro e reparei que as pessoas que passavam eram completamente diferentes, as crianças não tinham a mesma educação e não corriam livremente pela rua, algo que me deixou profundamente triste.

Cheguei a casa, tirei a roupa, vesti o meu pijama e fui-me deitar, fiquei a pensar na liberdade que tínhamos antigamente, quando podíamos andar por onde quiséssemos, quando quiséssemos, tudo era tão bom e nós não tínhamos ideia disso.

Enfim, tudo irá ter de melhorar, só espero que consigamos viver felizes novamente, como vivíamos há 100 anos.
Salvador Almeida

Um planeta com poucos espaços verdes

Tudo começou quando a população se deparou como uma mudança gigantesca no “mundo lá fora”. Está tudo diferente, o ambiente, a sociedade, as regras, as normas de segurança, tudo...

Aqui no ano de 2122, as pessoas são obrigadas a frequentar a escola desde o jardim de infância até ao 12ºano, mesmo depois de atingirem a maior idade (18 anos) e as que quiserem prosseguir até ao ensino superior, o Governo dá um apoio de cerca de 1000 euros e oferecem alojamento. Os alunos começaram a ter direito a transporte gratuito da casa para a escola e em caso de problemas físicos (dificuldade em locomoção) e psicológicos têm direito a um apoio de 1500 euros, almoço e cuidadora gratuita.

Os horários escolares são muito melhores, todos entram às 8h30 e saem às 12h30, depois voltam a entrar às 14h e saem às 17h.

A sociedade, muito mais moderna, já aceita todo o tipo de pessoas, diferentes religiões, tons de pele, orientação sexual. A violência doméstica, psicológica e sexual, tem leis adequadas para punir os seus agressores, e de proteção às vítimas.

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Marta Vidinha, 12.º

As regras mudaram completamente, todas as lojas não alimentares fecham às 19h e as restantes lojas às 23h. As normas de segurança também mudaram por completo, em todos os locais são obrigados a ter seguro de vida e de trabalho.

Em questões ambientais, o planeta tem poucos espaços verdes, pois existem muitos mais edifícios, estátuas e praças. Havendo muito poucos incêndios. Todos os veículos são completamente automáticos e elétricos, possibilitando a pessoas com alguma deficiência física, cegos e surdos conduzirem e saírem dos carros, sem precisarem de ajuda. As estradas contêm sons e sinais para essas pessoas, ajudando assim a não haver a possibilidade de acidentes e vítimas mortais nas estradas. Claro que ainda há acidentes nas vias públicas, mas não tantos como no passado.

Nos hospitais toda a população, em casos de urgência, pode comprar os medicamentos gratuitamente e, se forem medicamentos tomados diariamente, ao fim de cada mês, recebem um cupão de desconto de 100% nas farmácias.

Todas estas mudanças só aconteceram devido em 2022 ter começado uma grande guerra entre a Rússia e a Ucrânia que durou cerca de um ano e seis meses. Depois de estar tudo destruído, os países da União Europeia (apoiantes da Ucrânia) contribuíram para a sua reconstrução, conseguindo assim mudar a cabeça das pessoas e o mundo, pois algumas pessoas não tinham capacidade mental para aceitar que o que se estava a passar era muito grave.

Houve também muitas alterações climáticas que influenciaram a vida das pessoas no início, mas depois a população começou a habituar-se a estas diferenças e mudou drasticamente os seus comportamentos. Não foi um processo simples, muita gente ficou com graves problemas neurológicos, respiratórios e cardiovasculares, enchendo muitos os hospitais. Algumas pessoas com mais idade, infelizmente, não reagiram bem a estas alterações climáticas, acabando mesmo por falecer.

Com estas alterações climáticas, os glaciares começaram a derreter, fazendo com que o mar “engolisse” as costas marítimas, destruindo praias e habitações. Temos muito pouco pasto para os animais e menos campos agrícolas devido a não haver chuva suficiente para a rega e para o enchimento das barragens, o que também põe um pouco em causa a existência de água potável para o nosso consumo.

Os nossos antepassados poderiam ter evitado algumas destas “desgraças”, mas estavam um pouco focados no desenvolvimento dos países e no enriquecimento da sociedade em geral.
Raquel Castro

Os autores escrevem segundo o novo acordo ortográfico

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