Zelensky nega que tenha sido um míssil ucraniano a atingir a Polónia
Posição de Kiev contraria conclusões preliminares da NATO e da Polónia que apontam para um disparo acidental do sistema antimíssil ucraniano.
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, contrariou as conclusões avançadas tanto pela NATO como pelo Governo polaco e disse não ter qualquer dúvida de que o míssil que atingiu o território polaco não foi disparado pelas forças ucranianas.
“Não tenho dúvidas de que não foi um míssil nosso”, afirmou Zelensky, citado pela agência Interfax, referindo-se às explosões que na véspera mataram duas pessoas numa aldeia polaca a cinco quilómetros da fronteira com a Ucrânia. O Presidente ucraniano também disse que devia ser permitido acesso ao local do incidente a uma equipa de investigadores ucranianos.
As afirmações de Zelensky contrariam as primeiras conclusões que têm sido divulgadas pela NATO, pelos EUA e pela própria Polónia, que consideram que o cenário mais provável terá sido um disparo acidental feito pelo sistema antiaéreo ucraniano.
O Presidente polaco, Andrzej Duda, disse que os mísseis que atingiram a aldeia de Przewodow eram um “rocket S-300 fabricado na União Soviética” e que as investigações preliminares não permitem concluir “que tenham sido lançados pelo lado russo”. O mais provável, disse Duda, “é que tenham sido disparados pela defesa antiaérea ucraniana”.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiekci, disse que “não é possível excluir” que o incidente tenha tido origem numa “provocação intencional feita com a esperança de que uma situação como esta pudesse ocorrer” por parte das forças russas.
Quando circularam as primeiras notícias sobre as explosões no território polaco, o Ministério da Defesa russo rejeitou de imediato qualquer responsabilidade e apontou o dedo às forças ucranianas. Ao longo do dia, a Rússia tinha bombardeado centenas de alvos em toda a Ucrânia, visando sobretudo a infra-estrutura de fornecimento de energia eléctrica e deixando milhões de pessoas sem electricidade nas suas casas.
A danificação de parte do oleoduto de Druzhba, responsável pelo fornecimento de petróleo a vários países da Europa Central, obrigou ao seu encerramento, mas esta quarta-feira o fluxo foi retomado.