Governo turco culpa separatistas curdos pelo atentado em Istambul
Ministro do Interior diz que a ordem do ataque de domingo veio da Síria. Quarenta e seis pessoas foram detidas, incluindo a principal suspeita de ter colocado uma bomba na avenida Istiklal.
O ministro do Interior da Turquia, Suleyman Soylu, atribuiu esta segunda-feira a responsabilidade do atentado da véspera, que matou pelo menos oito pessoas e feriu mais de oitenta, em Istambul, aos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e às milícias curdas das Unidades de Defesa do Povo (YPG).
Citado pela Al-Jazeera, o ministro disse que “a ordem para este ataque terrorista mortífero veio de Kobani, no Norte da Síria, onde o PKK/YPG tem a sua base síria” e garantiu que o Estado vai “retaliar contra os responsáveis”.
O PKK luta pela autodeterminação das populações curdas no Sudeste da Turquia desde a década de 1980, é considerado uma organização terrorista pelo Governo turco, pelos Estados Unidos e pela União Europeia e esteve ligado a uma série de atentados levados a cabo na Turquia entre 2015 e 2017.
Já as YPG são uma milícia curda, formada em 2004, como braço armado do Partido da União Democrática, uma plataforma política síria de esquerda. São igualmente consideradas terroristas por Ancara, mas contaram com o apoio dos EUA na luta contra o Daesh no Norte da Síria.
Segundo Soylu, entre os suspeitos identificados e detidos pelas autoridades está “a pessoa que deixou a bomba que causou a explosão” na avenida Istiklal, uma das mais movimentadas da maior cidade turca.
A polícia de Istambul diz que se trata de Ahlam Albashir, uma mulher de nacionalidade síria, que terá entrado no país vinda da região de Afrin.
As autoridades dizem que foi treinada por milícias curdas e que é a pessoa que aparece nas imagens das câmaras de segurança a deixar um pacote suspeito no local da explosão.
A polícia informou que já deteve 46 pessoas suspeitas de terem ligações ao atentado de domingo à tarde.
A explosão fez pelo menos oito mortos e deixou 81 feridos. Dois deles, revelou o Governo, estão em “estado crítico”.
Localizada no bairro de Beyoglu, a avenida Istiklal é uma das principais zonas comerciais do centro de Istambul e uma das mais turísticas. Os mortos confirmados são todos de nacionalidade turca.