Alojamentos turísticos fecham Verão com receitas 24% acima do pré-pandemia
Entre Julho e Setembro, os proveitos totais chegaram aos dois mil milhões de euros, com a Madeira a registar a maior subida face a 2019.
Os alojamentos turísticos tiveram 608 milhões de proveitos totais em Setembro, valor que representa uma subida de 21% face ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia de covid-19. De acordo com os dados da actividade turística do INE (que não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de 10 camas), a maior variação ocorreu na Madeira, com mais 36%, chegando aos 55 milhões de euros (assumindo-se como como quarto maior destino, após o Área Metropolitana de Lisboa, que liderou este mês com 187 milhões, o Algarve e a região Norte).
Com os dados divulgados esta segunda-feira pelo INE é possível fazer as contas ao Verão, período em que o sector encaixou 2083 milhões de euros, mais 24,4% do que em idêntico período de 2019. Neste período, o Algarve dominou a tabela, com 751 milhões de euros, tendo a Madeira registado o maior crescimento, ao subir 41,3% face ao terceiro trimestre de 2019.
Esta recuperação, no entanto, tem como contexto uma maior estrutura de custos devido ao impacto da inflação (desde a energia à alimentação) e uma tendência de subida dos salários.
Segundo o INE, que já tinha adiantado estes valores na sua estimativa rápida, o sector registou 2,9 milhões de hóspedes e 7,7 milhões de dormidas em Setembro de 2022, um crescimento de 0,2% e 0,7%, respectivamente, face a 2019.
Nos meses de Verão, as dormidas aumentaram 2,9% face a 2019, com um crescimento de 10,8% nos residentes e de 0,8% nos não residentes (apesar de uma diminuição de 0,6% no número de hóspedes).
Os britânicos foram os que registaram o maior número de dormidas no Verão, com 3,3 milhões (63% do total), longe dos 2,3 milhões dos espanhóis. No terceiro ligar ficaram os alemães, com 1,73 milhões, seguidos de perto pelos franceses, com 1,72 milhões. Os norte-americanos foram responsáveis por 1,2 milhões de dormidas, com as 453,5 mil pernoitas de Setembro a marcar um novo recorde deste mercado em Portugal.
AHRESP teme agravamento de ciclo inflacionista
Segundo afirmou esta segunda-feira a associação da hotelaria, restauração e similares de Portuga - AHRESP em comunicado, com base num inquérito, “para 71% das empresas da restauração, e para 83% das empresas de alojamento, os custos com matérias-primas aumentaram até 50%”.
“Perante este agravamento de custos”, diz a AHRESP, a “actualização dos preços de venda foi inevitável, com 83% das empresas da restauração e 69% do alojamento a aumentarem os seus preços de venda”. De acordo com os dados do inquérito, 51% dos inquiridos da restauração e 45% dos ligados ao alojamento não foram além dos 10% nos aumentos.
“Como seria de esperar, ao entrarmos na chamada “época baixa”, a retracção no consumo já se evidenciou”, adianta esta associação, sublinhando que já propôs “medidas temporárias” para “atenuar os efeitos perversos deste ciclo inflacionista, que poderá vir a agravar-se”. Uma delas é a aplicação “da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas e nas tarifas de energias, gás e electricidade”.