Demissão de Miguel Alves era “esperada”, diz PSD. IL fala de “degradação da democracia”

PSD diz que era o desfecho esperado. PCP pede explicações sobre a demissão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

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Rui Rocha (IL) sublinha a relação directa entre Miguel Alves e o primeiro-ministro LUSA/PAULO NOVAIS

A demissão de Miguel Alves do cargo de secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, depois de se ter sido acusado num dos processos em que era arguido, precisa de explicações por parte de António Costa. É, pelo menos, o que exigem Iniciativa Liberal (IL) e PCP em reacção à saída de Miguel Alves do Governo. O PSD comentou apenas que a demissão não é “uma novidade” depois do que já tinha afirmado Luís Montenegro.

Rui Rocha, deputado da IL, considerou que o que está em causa na demissão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro é o “comportamento democrático” de António Costa ao permitir esta “sucessão de casos”.

“O primeiro-ministro é o que mais contribui para a degradação da democracia. É francamente inaceitável”, afirmou ao PÚBLICO Rui Rocha, defendendo que “faltam explicações” por parte de António Costa quando “ainda há uma semana manifestou ter confiança política” no secretário de Estado. Rui Rocha sublinhou que se trata de uma pessoa que tem uma “relação directa” com o primeiro-ministro.

À chegada ao conselho nacional do PSD, António Leitão Amaro, vice-presidente do PSD, limitou-se a dizer que “o desfecho” do processo que culminou na acusação e demissão do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, “não é novidade”. “Ouviram o que disse Luís Montenegro há vários dias. Já falou sobre o caso e sobre o que tinha de acontecer. O desfecho não é novidade”, limitou-se a dizer. Luís Montenegro tinha afirmado que o governante “não está suficientemente habilitado” para o cargo.

O PCP, num lacónico comunicado, reafirmou a necessidade de que “sejam prestados todos os esclarecimentos, que seja feito o apuramento e tiradas as devidas consequências.”

Aos jornalistas, antes de participar numa sessão comemorativa do aniversário do nascimento de Álvaro Cunhal na Marinha Grande, Jerónimo de Sousa, reiterou a necessidade de se fazer um “inquérito apurado, a investigação necessária e um desfecho de julgamento justo”, embora tenha dito que “não condena antecipadamente” Miguel Alves. Questionado sobre a imagem global de haver tantos casos a envolver socialistas, o ainda secretário-geral do PCP salientou que não olha “todos os eleitos do PS como um grupo de malfeitores”.

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