Como identificar e não divulgar fake news na Internet

Consomes notícias em redes sociais e não sabes em que deves confiar? Aqui tens sete dicas para que saibas apurar a verdade dos factos e não partilhar informação errada.

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Consumir informação de meios verificados evita que caias em informação falsa GettyImages

Qualquer pessoa com ligação à Internet pode ver as notícias de última hora em tempo real, ou pelo menos alguma versão das mesmas. Através das redes sociais, as publicações podem ser mais rápidas do que a maioria dos verificadores de factos e moderadores e são frequentemente uma mistura imprevisível de verdadeiro, falso, fora de contexto e até mesmo de propaganda.

Este tipo de desinformação aumenta antes, durante e depois das eleições — e o mesmo aconteceu nas eleições intercalares desta semana nos EUA. Tem cuidado com histórias confusas sobre tudo, desde como votar até a quem realmente ganhou.

Como saber em que confiar, o que não partilhar e o que reportar às empresas de tecnologia? Aqui estão algumas ferramentas básicas que todos devem utilizar quando consomem notícias de última hora online.

Saber ao que deves estar atento

Pensa em quem beneficiaria da divulgação de informação confusa, e aprofunda as narrativas específicas que circulam por aí. Durante as eleições intercalares, por exemplo, os peritos dizem para estar atento a informações contraditórias, acusações infundadas sobre os observadores e responsáveis pela votação e preocupações gratuitas sobre fraude eleitoral. Após a noite de eleições, estar alerta para declarações prematuras de vitória e desinformação sobre a contagem dos votos.

Abrandar

Não carregar no botão de partilha. As redes sociais são construídas para que as coisas se tornem virais, para que os utilizadores voltem rapidamente a twittar antes mesmo de acabarem de ler as palavras que estão a amplificar. Por mais devastador, esclarecedor ou enfurecedor que seja um TikTok, um tweet ou um vídeo do YouTube, deves esperar antes de o passar para a tua própria rede. Supõe que tudo é suspeito até confirmares a respectiva autenticidade.

Verificar a fonte

Vê quem está a partilhar a informação. Se for de amigos ou familiares, não confies nas mensagens, a menos que essa pessoa esteja no local ou um perito tenha confirmado. Se for um estranho ou uma organização, lembra-te que um selo de verificação ou ser bem conhecida não torna uma conta digna de confiança. Há muitos especialistas políticos e figuras de renome na Internet que estão a publicar informações imprecisas neste momento, e cabe-te a ti abordar cada mensagem com cepticismo.

Se a conta que está a partilhar a informação não for a fonte das palavras ou imagens, investiga de onde veio para encontrares a conta original no Facebook, YouTube ou Twitter que a partilhou pela primeira vez. Se não for possível determinar a origem de algo, isso é mau sinal. Tem cuidado com as capturas de ecrã, que podem ser ainda mais difíceis de rastrear, ou qualquer coisa que provoque uma reacção emocional especialmente forte. A desinformação pode depender desse tipo de resposta para se espalhar.

Ao verificares contas individuais, olha para a data em que foram criadas, que deve estar no perfil. Tem cuidado com qualquer coisa extremamente nova (digamos, que começou nos últimos meses) ou com muito poucos seguidores. Para um site, podes ver em que ano começou no Google. Procura o nome do site, depois clica nos três pontos verticais junto ao URL nos resultados para ver a data em que foi indexado pela primeira vez pelo motor de busca. Mais uma vez, evita qualquer coisa demasiado nova. E não saltes o básico: faz uma pesquisa no Google pelo nome da pessoa ou organização.

Fazer uma lista de fontes de confiança

Fazer pequenas verificações a cada conta aleatória no Twitter é extremamente demorado, especialmente com novos conteúdos vindos de tantos lugares simultaneamente. Em vez disso, confia nos profissionais. Há empresas noticiosas legítimas que são construídas para verificar estas coisas para ti e fazem frequentemente uma notícia sobre os vídeos ou fotografias, depois de terem confirmado a sua origem.

Utiliza uma ferramenta de notícias, tal como Apple News, Google News ou Yahoo News, que escolhem fontes estabelecidas e têm alguma moderação incorporada. Nas redes sociais, faz ou encontra listas de especialistas para acompanhares especificamente as notícias sobre o tema que estás a seguir. Se consumires notícias de última hora no Twitter, tem especial atenção para seguires repórteres verificados que estejam no terreno. Novas mudanças no sistema de verificação do Twitter podem tornar isto mais difícil.

Procurar o contexto

Muitas das notícias vão incluir informações do terreno, como vídeos de smartphones e narrativas na primeira pessoa. Mesmo que se veja apenas publicações legítimas, ainda pode ser confuso ou enganador. Tenta aumentar quaisquer clipes ou histórias pontuais com um contexto mais amplo sobre o que está a acontecer. Podem ser as peças mais convincentes de um puzzle, mas não são o quadro completo. Mistura a informação de especialistas experientes no tema, quer se trate de política externa, guerra cibernética, história ou política. Também se pode recorrer a meios online ou de televisão que acrescentam este contexto para a maioria das histórias.

Verificar vídeos e imagens

Se estiveres interessado em mergulhar mais fundo em informações não verificadas, começa com este extenso guia sobre como verificar vídeos. Procura por múltiplas edições e cortes estranhos, ouve com atenção o áudio e passa-o por uma ferramenta como o InVid, que ajuda a verificar a autenticidade dos vídeos. Isto pode ser mais difícil com vídeos em directo, como os que estão na Twitch ou em qualquer outra rede social em que dê para fazer directos.

Para verificar imagens, coloca-as na pesquisa de imagens do Google, agarrando numa imagem e arrastando-a para o campo de pesquisa. Se for uma imagem antiga que já tenha circulado antes, poderás ver resultados reveladores.

Utilizar sites e ferramentas de verificação de factos

As redes sociais têm algumas das suas próprias ferramentas de verificação de factos e etiquetas de aviso, e muitas acrescentaram secções especiais para promover resultados eleitorais oficiais. No entanto, dado o enorme volume de mensagens com que estão a lidar, um vídeo ou publicação problemática ainda pode ser vista por milhões de pessoas antes de ser sinalizada.

Fica atento aos avisos de conteúdo nas redes sociais para publicações individuais, que podem aparecer como etiquetas abaixo das ligações ou como avisos antes de publicar algo que possa ser enganador. Procura histórias individuais ou imagens em sites de verificação de factos, tais como The Washington Post's Fact Checker, Snopes, PolitiFact ou até na Prova dos Factos, do PÚBLICO.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

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