Giras grátis avançam, para já, para jovens e seniores que têm passe de transportes gratuito

Medida arranca no “primeiro trimestre de 2023”. Numa primeira fase, será apenas para os estudantes e seniores que já beneficiam do passe de transportes públicos gratuitos.

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A Gira é a rede de bicicletas partilhadas de Lisboa Rui Gaudêncio/Arquivo

Os estudantes até aos 23 anos e os maiores de 65 anos de Lisboa, que já têm acesso ao passe de transportes grátis, vão também poder pedalar gratuitamente nas bicicletas partilhadas da rede Gira a partir do “primeiro trimestre de 2023”. Esta será uma “primeira fase” de lançamento da gratuitidade das Gira e surge numa altura em que vários utilizadores se têm queixado da falta de bicicletas disponíveis, seja por encontrarem docas vazias ou por encontrarem veículos com problemas mecânicos e até descarregados, denunciando uma fraca manutenção do sistema.

Esta medida foi aprovada esta quarta-feira, em reunião do executivo, com os votos favoráveis de todos os partidos, com excepção do PS, que se absteve. E surge enquadrada no pacote de medidas de combate à inflação, aprovado em Setembro passado.

A proposta subscrita pelo vereador da Mobilidade, Ângelo Pereira, prevê uma “segunda fase, a determinar oportunamente”, para o alargamento da medida “aos munícipes da cidade de Lisboa, com residência fiscal no município de Lisboa, e integrantes das faixas etárias compreendidas entre os 24 e os 64 anos”. Tal ficará dependente de uma avaliação, nomeadamente o impacto na operacionalidade do sistema, do qual já há queixas de pressão.

Por essa razão, os vereadores do PS apresentaram uma proposta de alteração para que o lançamento da gratuitidade da Gira avance, mas com a condição de estarem “plenamente operacionais e no sistema as 1600 bicicletas existentes”. A alteração do PS foi também aprovada, acabando, assim, integrada na proposta do executivo.

Na proposta, a câmara estabelece ainda algumas regras para aceder à medida. Terá de ser residente em Lisboa e, claro está, aderir ao Serviço Gira. A gratuitidade da tarifa de acesso dependerá da validade do Passe Navegante e da circunstância de este se encontrar carregado com um dos títulos intermodais, seja o Navegante Municipal ou o Metropolitano.

Os beneficiários da medida proposta serão equiparados a utilizadores do tipo “regular”, isto é, com isenção de pagamento da tarifa de acesso, como se fosse uma subscrição mensal ou anual. A Gira já prevê várias subscrições: a anual, pelo valor de 25 euros; o mensal, por 15 euros, e o diário, por dois euros, permitindo viagens grátis até 45 minutos.

Numa reunião da assembleia municipal há duas semanas, o vereador Ângelo Pereira reconheceu que os problemas na rede Gira são “reais”, devido à falta de recursos humanas e à dificuldade em adquirir material. O autarca deu como exemplo, o facto de a EMEL, que gere a rede Gira, ter apenas 14 técnicos de mecânica, o que é “insuficiente”, adiantando ainda que estão a ser contratadas mais técnicos.

Ângelo Pereira realçou ainda que os prazos de entrega nos materiais são “grandes” e que a nova administração da EMEL está a lançar concursos para a aquisição de bicicletas, de modo a “recuperar o número de bicicletas que estão paradas por falta de reparação devido à falta de mão-de-obra”. E adiantou ainda que, “em breve, será apresentado um plano de alargamento mais ambicioso de postos de carregamento”.

“O objectivo é chegarmos ao final do mandato com postos Gira em todas as freguesias”, disse ainda.

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