As perspectivas são boas e a data já está marcada: a 10 de Dezembro abrem as pistas na Estância de Ski Serra da Estrela. “Prevemos que tenhamos neve até lá”, diz à Fugas o director-geral da estância Carlos Varandas. Aliás, prossegue, “os dados e informações apontam para uma época bastante fria”. “Mesmo que não caia [neve], produzimos, estamos capacitados. Não teremos é as pistas todas abertas, estaremos a 50 por cento.” Depois de dois anos de pandemia e de uma última temporada quase sem neve (“o ano passado praticamente não nevou, tirando a parte final”), espera-se em 2022/23 “ter uma época plena” - ou seja, começar a 10 de Dezembro, “antes das festividades e do final do ano”, e terminar a 25 de Abril, “como fazem praticamente todas as estâncias na Europa”.
Para esta ser uma época “positiva” (“que não em cheio”), Carlos Varandas deseja “nesse trecho ter 80, 85, 95 dias de abertura completa”. O que significa, portanto, ter “estradas e acessos abertos” até à Torre: ao contrário de outras estâncias europeias, “onde os cumes também fecham”, sublinha, mas em que há neve e equipamentos a meia-encosta, na serra da Estrela a cota de neve que permite esquiar restringe-se ao planalto, entre os 1800 e os 2000 metros. E, claro, “neve caída do céu”: “é um enorme chamariz” - e mesmo que não se possa chegar à Torre nos dias de queda de neve, é o que permite o funcionamento da estância nos dias posteriores, aponta.
Na última temporada, foram 83 os dias em que a estância teve fazer a produção de neve de cultura, o que reduziu a área esquiável. Das 18 pistas que a constituem, as nove naturais não chegaram a ser abertas, “por falta de cota de neve”; apenas funcionaram as nove balizadas que se “tentam manter abertas durante o mais longo período de tempo possível”. “O que tornará a atractiva a estância é o número de pistas abertas e, sobretudo, os quilómetros disponíveis para esquiar”, aponta o director-geral.
Como novidades para este ano, a estância estava a contar com 18 novos canhões de neve, porém, atrasos na entrega, diz, impossibilitaram a sua instalação em tempo útil. Haverá, isso sim, equipamentos novos para alugar, entre esquis, pranchas e botas, e novas máquinas de reparação de equipamento.
E se as restrições anteriormente impostas pela pandemia foram levantadas - “queremos acreditar que assim se irá manter” -, as “restrições causadas pelo aumento do custo de vida” impediram o aumento dos preços na estância (“mantém-se inalterados desde há oito anos”, garante Carlos Varandas). “Este ano prevíamos um ligeiro aumento”, admite, “mas com o aumento de portagens, combustíveis, dormida e refeições, fizemos o esforço de manter os mesmos preços e tarifas em tudo”. A saber: o forfait diário custa 25 euros, com equipamento sobe para 50 euros e com aula para 95.
Tudo para manter a estância no radar dos portugueses - afinal, assinala Carlos Varandas, esta “é fundamental para o interior, para os serviços da região. Torna a frequência na restauração e hotelaria mais elevada”. Assim haja neve.