Grupo Wagner abre centro de tecnologia militar em São Petersburgo
A abertura do centro é vista como mais um passo de Yevgueny Prigojin, fundador do Grupo Wagner, para assumir um papel mais público na política de defesa da Rússia.
- Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia
- Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra
- Especial: Guerra na Ucrânia
O Grupo Wagner, a milícia privada de origem russa controlada por Yevgueny Prigojin, abriu um centro de tecnologia militar em São Petersburgo, depois de o aliado de Putin ter criticado o alto escalão da defesa do Kremlin a propósito do conflito na Ucrânia.
A abertura do Centro Wagner, na sexta-feira, é vista como mais um passo de Prigojin para assumir um papel mais público na formação da política de defesa da Rússia, revela o diário britânico The Guardian.
Embora Prigojin se tenha mantido durante vários anos longe dos holofotes, nas últimas semanas tem vindo a reforçar o seu perfil público enquanto líder do Grupo Wagner, cujos soldados contratados estão a apoiar o Exército russo na Ucrânia.
A inauguração do grande edifício de escritórios contou com a presença de vários veteranos militares e jovens formados em tecnologia e cultura. Houve ainda palestras de figuras nacionalistas e pró-Kremlin que garantiram: “[O centro tecnológico ajudará a] tornar o nosso grande país [Rússia] ainda melhor.”
Segundo o jornal The Guardian, no exterior estava estacionado um camião com o símbolo Z, usado pelas forças russas na Ucrânia.
“Estamos a convidar startups envolvidas em tecnologia da informação, tecnologia industrial e aquelas que desenvolvem novas ideias que estão prontas para aplicar no campo da defesa nacional”, disse Anastasia Vasilevskaya, secretária de imprensa do centro, onde vários drones estavam em exibição.
“Claro que estamos interessados em projectos que possam substituir importações”, acrescentou, numa altura em que as sanções dos países ocidentais tornaram mais difícil para a Rússia comprar tecnologia e armas estrangeiras.
Alexey Savinsky, um dos participantes na cerimónia de inauguração, destacou que “a criação do centro demorou muito para acontecer” e que o edifício devia ter sido inaugurado um ano antes da operação militar especial na Ucrânia.