O Sporting esqueceu-se de que estava em crise
“Leões” regressam aos triunfos com um 3-0 sobre o Vitória de Guimarães. Minhotos jogaram mais de uma hora com dez.
Ganhar dá saúde. A frase é de Rúben Amorim, proferida no dia anterior à recepção ao Vitória de Guimarães. Se ganhar é sinal de vitalidade, perder sugere enfermidade e o Sporting dos últimos tempos não parecia nada saudável, encarrilado nos maus resultados e com horizontes competitivos cada vez mais curtos. Mas neste sábado, os “leões” esqueceram-se da crise e regressaram às vitórias com um 3-0 em Alvalade sobre um Vitória de Guimarães que já não perdia desde o início de Setembro.
Foi uma das vitórias mais robustas da época para o Sporting, com o extra de não ter sofrido qualquer golo, algo que aconteceu apenas pela sexta vez em 2022-23. A equipa de Amorim chegou aos 22 pontos nesta 12.ª jornada e subiu ao quarto lugar, enquanto o Vitória, com menos dois pontos, baixa para sexto.
Beneficiou das circunstâncias do jogo – o Vitória jogou com dez ainda antes dos 30 minutos – mas essa superioridade numérica só acentuou a tremenda diferença entre as duas equipas. Mesmo em situação de igualdade, a equipa de Rúben Amorim esteve sempre por cima, fazendo o cerco à área dos vimaranenses e raramente deixando o adversário respirar.
Durante toda a primeira parte, o Vitória só fez um remate na direcção da baliza de Adán, um tiro de Nélson da Luz logo aos 9’ que saiu bastante ao lado da baliza “leonina”. Foi o melhor que a equipa de Moreno fez em todo o jogo, porque o vendaval sportinguista já estava a fazer-se sentir e não iria parar tão cedo. Aos 12’, Pedro Gonçalves recebeu de Porro na área vitoriana e, apenas com Varela pela frente, atirou ao lado. Pouco depois, foi Morita a fazer o guardião vitoriano brilhar, com um remate após cruzamento de Porro – e o lateral espanhol, numa fase posterior, ainda cabeceou por cima.
As diferenças entre as equipas ficaram ainda mais evidentes depois dos 26’, quando Afonso Freitas viu o seu segundo cartão amarelo em três minutos por entrada perigosa sobre Gonçalo Inácio. Moreno bem tentou fazer os ajustes necessários para manter o Sporting longe da sua baliza, mas falhou redondamente. Aos 34’, é Matheus Reis quem avança pelo flanco esquerdo e faz o cruzamento perfeito para o cabeceamento certeiro de Porro – a bola ainda desviou em Edwards, mas não o suficiente para tirar o crédito do golo ao espanhol.
E o segundo golo veio logo a seguir. Após um canto, a bola fica na posse de Edwards e o britânico, de pé direito, encaminhou-a na direcção de Morita para o 2-0 aos 40’ – foi o terceiro golo da época para o japonês, um dos “leões” já com lugar garantido no Mundial do Qatar.
Ainda com metade do jogo por disputar, o vencedor já parecia estar encontrado. O Vitória pouco mostrou para contrariar o sentido do resultado e o Sporting continuou a carregar em busca de um resultado que lhe desse ainda mais saúde. Aos 53’, foi Edwards a “trair” a sua antiga equipa com um remate de fora da área que desviou em Bamba e deixou Varela pregado ao relvado.
A história do jogo estava mais do que escrita. A Amorim, restava-lhe fazer alguma rotação para dar descanso a uns e minutos de jogo a outros, enquanto Moreno só podia minimizar os estragos e pensar em começar nova série vitoriosa a partir do próximo jogo.
O ritmo do jogo foi abrandando, sem nunca ter verdadeiramente parado, mas o resultado não sofreu mais nenhuma alteração, mais por culpa dos ataques trapalhões do Sporting do que pela competência defensiva do Vitória. Paulinho ainda teve um remate certeiro após bela recepção, mas o avançado não teve o prémio merecido por uma noite de bom trabalho – estava 43 centímetros em fora-de-jogo. Não foi, no entanto, por isso que esta deixou de ser uma demonstração de saúde para um Sporting que parecia doente.