Padre acusado de proteger paroquiano que abusou de duas menores volta ao activo

Tribunal conclui não haver indícios de encobrimento e decide não levar o padre a julgamento. Tinha sido “preventivamente afastado” de funções após colaborador ter sido acusado de abuso de menores.

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Colaborador da paróquia é acusado de dois actos de abuso de menores em 2020 e em 2021 Adriano Miranda

O pároco de Samora Correia foi ilibado depois de ter sido acusado de proteger um membro da paróquia que terá abusado de duas menores e poderá agora regressar às suas funções.

Em comunicado, divulgado nesta sexta-feira, a Arquidiocese de Évora refere que o processo judicial relativo ao padre Heliodoro Maurício Nuno foi concluído, tendo o Tribunal Judicial de Santarém decidido não levar a julgamento o pároco por não haver indícios de “nenhuma vontade de encobrimento ou de menosprezar os factos e as situações”. “O que foi subestimado foi o risco futuro de tal voltar a acontecer”, acrescenta.

A nota refere ainda que o caso foi apresentado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, que declarou que “não se encontram elementos que configurem um delito canónico” por parte do sacerdote, que “não agiu de modo doloso”; quanto muito “pode ter sido imprudente por não ter agido de modo mais incisivo”.

“Na sequência e em consonância com ambas decisões, civil e canónica, o pároco Heliodoro Maurício Nuno retoma o exercício normal de todas as tarefas pastorais, de que tinha sido preventivamente afastado para permitir todas as averiguações, com as quais colaborou sempre com a máxima disponibilidade”, destaca o comunicado.

A Arquidiocese de Évora explica ainda que o caso está relacionado com a “possível prática, por parte de um colaborador da paróquia, de dois actos de abuso de menores em 2020 e em 2021. A 26 de Outubro de 2022, o Tribunal Judicial de Santarém decidiu levar a julgamento o colaborador da paróquia “que se mantém cautelarmente proibido de contactos por qualquer meio com menores de 16 anos e sujeito à medida de coação de obrigação de permanência na habitação com recurso a vigilância electrónica”.

De acordo com a nota informativa, “em interrogatório durante o inquérito judicial, o colaborador confessou ter praticado os actos de que é acusado”.

A Arquidiocese de Évora pede “desculpa às vítimas, às suas famílias, às comunidades, e a Deus” por não ter “evitado que estes abusos tivessem acontecido” e garante que continuará “em contacto com as famílias envolvidas para dar todo o apoio que seja necessário”. Além disso, reforça, “o suspeito está definitivamente afastado de qualquer tarefa paroquial”.

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