Um grupo de alunos de Comunicação Social de Viseu criou um manual multimédia de boas maneiras nas redes sociais. O projecto “Não comentes de boca cheia”, lançado a 24 de Outubro, contém 23 pontos que abordam constrangimentos e desafios provocados pelas redes sociais para promover uma atitude mais responsável no ambiente digital.
“Mastigar, engolir, digerir” e só depois “comentar”: é esta a principal mensagem dos estudantes da Escola Superior de Educação de Viseu. A ideia partiu de Liliana Carona, a professora de Estratégias de Comunicação nas Redes Sociais, que propôs aos seus 23 alunos que reflectissem sobre o lado obscuro das redes sociais, desafiando-os a criar um manual de etiqueta. Cada estudante definiu um ponto que queria abordar e teve de “abrir asas à criatividade” para o representar em vídeo ou em fotografia com uma mensagem.
“Tal como temos de ter boas maneiras à mesa, também devemos ter boas maneiras nas redes sociais, e tal como não se fala de boca cheia, também não se comenta de boca cheia”, resume Joana Rocha, aluna responsável pela comunicação do manual. Apesar de “haver coisas boas”, “no mundo obscuro das redes sociais há sempre pessoas a maltratar e a desrespeitar o outro”, daí ser “muito importante haver um manual para que as pessoas vissem, lessem e percebessem quais as boas maneiras a ter nas redes sociais”, explica a estudante ao P3.
Os 23 pontos estão representados na página de Instagram do manual, através de sketches em vídeo ou montagens. Tocam numa grande diversidade de temas, como o discurso de ódio, a desinformação e ainda questões relacionadas com os perigos de algum tipo de partilhas que se faz nas redes sociais.
Joana, por exemplo, escolheu interpretar o terceiro conselho: “Não se focar apenas no negativo (ser mauzinho(a)). Sabemos perfeitamente como ferir alguém.” Fez um vídeo em que é alvo de opiniões negativas por causa do seu aspecto físico, precisamente por ser algo que costuma viver: “Sou uma pessoa magra e lido constantemente com comentários que mesmo não sendo por maldade, acabam por me ferir e deixar-me em baixo”, lamenta.
Enquanto desafio académico, o manual ficou concluído, mas os jovens não querem ficar por aqui. Não só por ter sido um marco importante para a turma e por terem “gostado bastante de o fazer”, mas também porque alguns pontos ficaram de fora e devem ser abordados. E aceitam sugestões para futuros conselhos.
Texto editado por Amanda Ribeiro