Fernando Santos e a decisão de Rafa: “Foi sempre seleccionado”
Seleccionador nacional falou também sobre Pepe, Cristiano Ronaldo e sobre o diferendo com a Autoridade Tributária.
A menos de uma semana da divulgação dos convocados para o Mundial de 2022, Fernando Santos, seleccionador nacional, falou sobre a ausência de Rafa, o momento que atravessa Cristiano Ronaldo e as lesões de jogadores importantes. Em entrevista à SportTV, deixou uma convicção: "A base para ganhar é estarmos determinados em sermos nós”.
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As lesões, Pepe e os centrais
“Temos alguns casos para monitorizar quase ao minuto. Pepe é um jogador de grande importância na selecção e um caso que temos de seguir com muita atenção”, assinalou, lamentando as ausências de Diogo Jota e de Pedro Neto, por lesão. “O seleccionador tem todo o interesse em que todos estejam disponíveis”, acrescentou, antes de contornar a questão da possível chamada de António Silva, jovem em ascensão no Benfica. “Iremos ter quatro centrais, há três que normalmente estarão mais perto e depois há sempre uma vaga”.
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Aberto a conversar com Rafa
“Sempre disse que a selecção estaria aberta a todos os jogadores. O jogador não pede ao seleccionador para deixar a selecção, solicita ao seleccionador não ser convocado”, lembrou, a respeito da decisão do avançado do Benfica de renunciar à selecção.
“Para mim não há casos encerrados. Se o Rafa me ligasse a dizer que queria ter uma conversa comigo e falar sobre este assunto, eu perguntava a que horas e em que local. Estamos a falar de um caso de alguém que, comigo, vem desde 2016, desde 2014 com o Paulo Bento. É um jogador que sempre foi seleccionado. Foi todo um círculo normal. Sempre respeitei as decisões dos jogadores”.
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O momento de Ronaldo
O recente caso do breve afastamento de Cristiano Ronaldo do plantel principal do Manchester United é um assunto ultrapassado para Fernando Santos, que destaca que o avançado foi titular nos últimos jogos e alinhou os 90 minutos.
“Há um mês estávamos a falar de uma questão completamente diferente. A partir da última questão, jogou a titular na Europa e no campeonato”, assinalou, acreditando que a veia goleadora do capitão da selecção continua a ser “como o ketchup”.
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A qualidade do futebol
“No futebol ninguém ganha se não jogar bem. Praticar bom futebol é jogar bem, porque se a questão é ‘vamos fazer coisas bonitas mas a equipa não vai jogar bem’, ninguém vai ganhar”, respondeu, quando confrontado com críticas sobre o conservadorismo da forma de jogar de Portugal. Nessa medida, rejeitou que a equipa tem um perfil resultadista.
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Direitos humanos
Sem responder se concorda ou não com a realização do Campeonato do Mundo no Qatar, Fernando Santos limitou-se a dizer que sempre foi “um defensor intransigente dos direitos humanos”. “Até pela minha convicção religiosa”, acrescentou, advogando que se limita a cumprir a missão de conduzir a selecção no local que foi decidido pela FIFA.
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O diferendo com o Fisco
“Que doeu, doeu. Que dói, dói. E dói porque ouvi muita mentira em relação a isto. Houve muita mentira, porque 80% dos vencimentos daquilo que foi pago pela Federação em 2016 e 2017, mais de 80%, estão neste momento na Autoridade Tributária (AT). Quem recorreu fui eu. Não foi a Autoridade Tributária que levou o Fernando Santos a qualquer coisa. Nunca fui acusado de fraude fiscal, nada. Só me disseram assim: ‘Olha, nós temos aqui uma divergência, tu não devias pagar por aqui, tens de pagar por aqui’. E nós pagámos. Então, o que é que eu fiz? Recorri. Não me parece que nenhum português possa pensar em pagar 80 e tal por cento em impostos. Isso não me parece verdadeiramente legítimo”.