Coreia do Sul responde a disparo de Pyongyang perto das suas águas territoriais, um dos mais “ameaçadores” em anos

Míssil da Coreia do Norte cruza pela primeira vez fronteira marítima com o Sul. Presidente sul-coreano diz que o disparo “constitui uma invasão territorial de facto”.

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Caças norte-americanos nos exercícios conjuntos com a Coreia do Sul Reuters/YONHAP

A Coreia do Norte disparou pelo menos dez mísseis nesta quarta-feira de manhã, com um dos projécteis a alcançar águas mais a sul do que nunca, atravessando a Linha de Limite Norte (a linha de demarcação marítima contestada, no mar Amarelo).

Os militares sul-coreanos responderam logo depois lançando três mísseis em águas “perto da Linha de Limite Norte, a uma distância correspondente à zona atingida pelo míssil norte-coreano”, demonstrando assim, segundo um comunicado, que Seul responderá “severamente a qualquer provocação”.

Nas palavras do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Seok-youl, o tiro norte-coreano, que activou um raro alerta de raide aéreo em Ulleungdo, numa ilha ao largo da costa oriental do país, “constitui uma invasão territorial de facto”. O chefe de Estado convocou uma reunião do Conselho Nacional de Segurança para debater o lançamento que os analistas consideram como um dos mais “agressivos e ameaçadores” em vários anos.

O míssil norte-coreano, que aterrou a apenas 57 quilómetros a leste da Coreia do Sul continental, surge numa altura em que Pyongyang tem feito um número recorde de disparos de mísseis, incluindo aquele que, há um mês, sobrevoou o Japão pela primeira vez em cinco anos. Todas estas movimentações, assim como as informações recolhidas pelos serviços secretos de Washington, Seul e Tóquio, fazem antecipar um possível ensaio nuclear.

“O lançamento do míssil norte-coreano é muito pouco habitual e inaceitável, ao ter caído perto das águas territoriais da Coreia do Sul, a sul da Linha de Limite Norte pela primeira vez” desde que a península coreana foi dividida, descreveu o director de operações do Estado-Maior Conjunto das forças armadas sul-coreanas, Kang Shin-chul.

O lançamento aconteceu horas depois de Pyongyang ter exigido aos Estados Unidos e à Coreia do Sul que ponham fim a exercícios militares de larga escala, afirmando que “tal imprudência e provocação militar não podem mais ser toleradas”. Apelidado Tempestade Vigilante, trata-se do maior exercício aéreo conjunto de sempre entre Washington e Seul, envolvendo centenas de aviões de guerra.

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