Centro-esquerda consegue manter maioria parlamentar na Dinamarca
Resultados finais contrariaram previsões iniciais e dão uma maioria, ainda que curta, ao bloco de centro-esquerda.
O bloco de centro-esquerda liderado pela primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, do Partido Social Democrata, conseguiu manter a maioria parlamentar. Contra as previsões iniciais, os dinamarqueses acabaram por dar um voto de confiança a Frederiksen, que já entregou a sua demissão à rainha e se prepara para explorar as possibilidades de coligação ao centro.
O Partido de Frederiksen manteve-se o mais votado, com 27,5%, a sua melhor votação em mais de duas décadas. “Obrigada a todos os dinamarqueses que nos confiaram o seu voto, é um enorme voto de confiança. Sei que alguns tiveram dúvidas a determinada altura”, reconheceu a primeira-ministra.
O bloco de centro-esquerda conseguiu eleger 90 deputados, obtendo a mais curta maioria possível no Parlamento de 179 lugares.
Mette Frederiksen tinha, durante a campanha, apelado à oposição para considerar um governo de unidade, dados os tempos incertos – a Dinamarca sentiu-se mais perto da guerra da Rússia na Ucrânia por causa da suspeita sabotagem de um gasoduto entre a Rússia e Alemanha que passa pelas suas águas territoriais. Mas os partidos da oposição não mostraram grande interesse, preferindo continuar a ser alternativas à chefia do governo.
A contagem dos votos aconteceu na terça-feira e foi renhida até ao final – tanto o bloco liderado por Frederiksen quanto o bloco liderado por Jakob Ellemann-Jensen, liberal, podiam ter conseguido a maioria.
Com base nas primeiras projecções — que davam apenas 82 assentos ao partido de Mette Frederiksen e 77 à oposição de direita —, houve também a possibilidade de nenhum dos blocos conseguir uma maioria e o partido recém-criado pelo antigo primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen (os Moderados, criado há apenas quatro meses) escolher coligar-se com um lado ou com o outro, decidindo, assim, quem ia governar. O partido conseguiu, nestas eleições, tornar-se na terceira força política na Dinamarca.
Estas eleições foram precipitadas pela decisão da primeira-ministra, Mette Frederiksen, de abater todos os visons (ou martas) a serem criados no país (cerca de 15 milhões) por causa da covid-19 (na altura, temia-se que o vírus que estava a infectar os animais pudesse levar a novas variantes que, ao serem transmitidas a humanos, fossem capazes de evadir a protecção dada pelas vacinas). Uma comissão parlamentar classificou a decisão como ilegal, mas dizia que a chefe de Governo não tinha desrespeitado intencionalmente a lei.
Notícia alterada. Artigo actualizado com os resultados finais.