Guterres sublinha “urgência” de renovar acordo para exportar cereais da Ucrânia
Secretário-geral da ONU diz que o acordo permitiu salvar 100 milhões de pessoas da pobreza extrema e contribuiu para estabilizar os preços dos alimentos.
- Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia
- Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra
- Especial: Guerra na Ucrânia
O acordo para a exportação de cereais e fertilizantes da Ucrânia expira dentro de três semanas e o secretário-geral da ONU manifestou um “compromisso inquebrantável e um forte apoio” à sua renovação e completa implementação, sublinhando “a urgência de o fazer”.
Para António Guterres, citado num comunicado do seu porta-voz oficial, “o impacto do acordo assinado em Istambul está claramente demonstrado”, tendo “prevenido indirectamente que cerca de 100 milhões de pessoas caíssem numa situação de pobreza extrema”.
Ucrânia, Rússia, Turquia e Nações Unidas assinaram no fim de Julho um acordo que permitiu retomar o transporte de cereais a partir dos portos ucranianos, onde naquela data estavam retidas umas 20 milhões de toneladas de milho, trigo, centeio, cevada e aveia, entre outros.
“As exportações de cereais e outros produtos alimentares ao abrigo da Iniciativa de Cereais do Mar Negro [nome formal do acordo] já ultrapassaram as nove milhões de toneladas”, salienta Guterres, sublinhando igualmente “o contributo significativo” que o entendimento trouxe “na descida dos preços do trigo e de outras mercadorias”.
O acordo, que foi posto em prática no início de Agosto, termina oficialmente a 19 de Novembro, mas pode ser automaticamente prolongado se nenhuma parte se opuser. As Nações Unidas não só aprovam a sua renovação como, acrescenta o comunicado, “a remoção expedita dos impedimentos que permanecem sobre a exportação de cereais e fertilizantes russos”.
“Se a comida e os fertilizantes não chegarem agora aos mercados globais, os agricultores não terão fertilizantes no momento certo e a um preço que possam pagar na época de plantações, pondo em perigo as colheitas em todas as zonas do globo em 2023 e 2024, com um efeito dramático na produção alimentar e nos seus preços”, afirma ainda Guterres.
A Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais de milho, cevada e óleo de girassol, sendo ainda responsável, conjuntamente com a Rússia, por 30% da produção mundial de trigo.