Portugueses estão a comprar menos casas a crédito, mas valor de avaliação fixa novo recorde

Valor mediano da avaliação bancária fixou novo recorde, nos 1429 euros por metro quadrado, mas o número de avaliações caiu pelo quarto mês consecutivo.

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Número de pedidos de empréstimo para comprar casa está a abrandar Rui Gaudencio

A compra de casa com recurso a crédito bancário está a abrandar, mas o valor de avaliação das casas nem por isso. O abrandamento no recurso ao crédito é visível na redução do número de avaliações bancárias, que em Setembro totalizaram em 25.834, menos 8,7% face a Agosto e 22% abaixo das registadas em Maio, mês em que se observou o máximo da série.

Os dados do INE, divulgados esta quinta-feira, mostram que o número de avaliações no âmbito de pedidos de crédito caiu pelo quarto mês consecutivo. Face a Setembro de 2021, realizaram-se menos 438 avaliações bancárias, um decréscimo de 1,7%.

Este abrandamento poderá ser explicado pela forte subida das taxas Euribor, que agravam os preços das prestações, que podem atingir valores incomportáveis para algumas famílias, mas também por todo o contexto económico de subida da inflação e da incerteza face ao fim da guerra na Ucrânia.

O preço também é um entrave à compra de casa e este mostra um ligeiro abrandamento no ritmo de subida, mas apenas isso. O valor mediano de avaliação bancária que resulta das quase 26 mil avaliações foi 1429 euros, mais 15 euros que o observado no mês precedente, e um novo recorde.

Na avaliação feita por peritos independentes, que por norma fica acima do valor de aquisição, a taxa de variação homóloga fixou-se em 15,6% (15,8% em Agosto).

Por tipologia, foram avaliados 16.325 apartamentos e 9509 moradias. Face a Setembro de 2021, realizaram-se menos 438 avaliações bancárias, o que corresponde a um decréscimo de 1,7%.

O valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 1591 euros, tendo aumentado 16,2% relativamente a Setembro de 2021, sendo que os valores mais elevados foram observados no Algarve (1949 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1888 euros), ao passo que o Alentejo registou o valor mais baixo (1024 euros).

Nas moradias, o valor mediano foi de 1136 euros em Setembro, o que representa um acréscimo de 13,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os valores mais elevados observaram-se no Algarve (2019 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1961 euros), tendo o Alentejo e o Centro registado os valores mais baixos (907 euros e 923 euros)

O maior aumento em valor de avaliação face a Agosto registou-se na Região Autónoma da Madeira (1,1%) e a única descida verificou-se na Região Autónoma dos Açores (-0,6%). Já, em relação ao ano anterior, o crescimento face a Setembro do ano passado foi de 15,6%, registando-se a variação mais intensa no Algarve (17,8%) e a menor na Região Autónoma da Madeira (10,5%).

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