Greta Thunberg: “A noção de que estamos em contra-relógio passa-nos completamente ao lado”
Em entrevista ao PÚBLICO, a activista sueca defende que a desobediência civil pode ter lugar na luta climática – desde que não desvirtue a mensagem de urgência. E aponta o dedo: “Enquanto fingirmos que conseguimos resolver esta crise dentro do sistema actual, mais tempo perderemos.”
É no activismo que Greta Thunberg encontra a sua razão de ser e de fazer a diferença neste mundo fervente. Agora com 19 anos, a estudante continua a ser a figura que representa a luta das gerações mais jovens contra a inacção climática – e ainda faz greve pelo clima todas as sextas-feiras, na Suécia. “As mudanças de que precisamos para evitar as piores consequências não virão dos políticos”, assevera, em entrevista por videochamada com o PÚBLICO. Tem de haver “gente suficiente a exigir a mudança”.
E a mudança tem de acontecer o quanto antes. É isso que defende no seu novo livro, que será lançado a 7 de Novembro em Portugal (editora Objectiva), intitulado O Livro do Clima, que conta com ensaios de dezenas de especialistas. “Mesmo que ultrapassemos os 1,5 graus [em relação aos níveis pré-industriais], desistir simplesmente não é uma opção.” Nunca foi.
Aos 15 anos, Greta Thunberg faltou pela primeira vez às aulas para fazer greve pelo clima e para se sentar em protesto na porta de entrada do Parlamento sueco. Na altura, não podia desconfiar que seria essa sua ausência que a faria ser catapultada para a fama em poucos meses. Por todo o mundo, milhões de crianças e adolescentes seguiram-lhe os passos, faltando à escola para lembrar a quem está no poder que o planeta está a mudar por nossa causa – e que as consequências não serão brandas.
A activista ambiental acredita que ter-lhe sido diagnosticado autismo foi uma “dádiva” que a impediu de fechar os olhos à crise climática. Quando se apercebeu dos efeitos das alterações climáticas, só lhe restavam duas opções: “O desespero ou a acção.”
Desde aí, foi várias vezes nomeada para Prémio Nobel da Paz, foi capa da revista Time enquanto personalidade do ano, recebeu o Prémio Gulbenkian para a Humanidade. Apesar de já ter participado em muitas conferências climáticas ao longo destes últimos anos, não estará presente na próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas – a COP27, que se realiza em Novembro no Egipto.
As críticas são muitas: estas conferências “não estão feitas para criar mudanças profundas, nem duradouras” e há activistas que têm de ser mais ouvidos do que ela. Dessa cimeira, a melhor notícia que poderia ter era que “as pessoas se indignassem com a inacção”. Reconhecer que estamos numa situação de emergência por causa das alterações climáticas seria o primeiro passo, diz Greta Thunberg. “E ainda não estamos nesse ponto.”
Tem dito que as crises climáticas e ecológicas nunca foram levadas a sério – entretanto tivemos uma pandemia e uma guerra, o que atrasou ainda mais a acção climática. Começamos a ter cada vez mais vislumbres do que nos poderá esperar no futuro: mais secas, mais eventos extremos. Continuamos a não encarar esta crise como uma crise?
Enquanto estivermos a expandir as infra-estruturas de combustíveis fósseis, de produção de petróleo, e com emissões globais ainda a aumentar, penso que é um sinal claro de que não estamos a levar isto a sério. Continuamos a tratar a crise climática, na melhor das hipóteses, como um assunto político no meio de tantos outros assuntos políticos. E não é assim que se trata uma emergência.
Temos visto, vezes e vezes sem conta, que o mundo é capaz de tratar uma emergência como uma emergência, mas dura pouco tempo. Parece que somos fisicamente incapazes de ter mais do que um pensamento ao mesmo tempo na nossa cabeça. Temos visto que, com as diferentes guerras por todo o mundo e com a pandemia, por exemplo, as pessoas pensavam que o clima voltaria a estar no topo da agenda, mas não foi o caso. Temos de pensar mais a longo prazo, quando se fala da crise climática – não só porque é uma moda.
Qual a razão para não darmos a devida atenção?
Não estamos a encarar isto como uma crise por diversos motivos. As vozes mais poderosas pertencem àqueles que estão a destruir o mundo. Enquanto for esse o caso, enquanto recorrermos aos líderes mundiais e empresas multinacionais e pessoas que muitas vezes têm pegadas ecológicas do tamanho de comunidades inteiras para responderem às nossas questões – e não às pessoas que estão a ser afectadas, cientistas, jovens –, então não teremos verdadeiras soluções.
Enquanto fingirmos que conseguimos resolver esta crise dentro do sistema actual, mais tempo perderemos. Não seremos capazes de tratar a crise como uma crise. O primeiro passo para resolver uma emergência não é arranjar soluções, ou avaliar a situação. O primeiro passo é apercebermo-nos de que estamos numa emergência. E ainda não estamos nesse ponto, infelizmente.
Falou das pessoas mais jovens. Temos visto recentemente que os protestos de activistas climáticos têm subido de tom: há jovens que esvaziam pneus de carros, que se colam a empresas poluentes e até as jovens que atiraram sopa a um quadro de Van Gogh [a pintura estava protegida por um vidro e não sofreu danos]. Qual a sua posição sobre este tipo de activismo?
É difícil pronunciar-me sobre esse tipo de activismo, porque é muito vasto e há muitos tipos diferentes de activismo, muitos movimentos distintos. Desde que ninguém se magoe, penso que a desobediência civil é algo que temos de usar. Mas tem de ser usado da forma certa, para que não percamos o ímpeto e para que não viremos as pessoas contra este activismo. Por outro lado, é interessante ver que nos focamos mais nisto do que na razão pela qual realmente empreendem estas acções.
Diz no seu novo livro que temos de deixar de perguntar aos activistas o que precisamos de fazer para salvar o clima, que temos antes de perguntar o que é que temos de deixar de fazer. Então: o que é que devemos parar de fazer?
Temos de parar com a destruição da natureza. Não podemos esperar que salvamos o mundo ao destruí-lo.
Ainda temos tempo para agir?
Claro que sim. Em primeiro lugar não há sentido em tudo estar perdido, não há sentido em desistirmos, depois de passarmos esse ponto em que pensamos que está tudo perdido. Será sempre possível fazer tanto quanto possivelmente consigamos. Nunca será demasiado tarde para salvar o máximo que consigamos salvar.
Mesmo que ultrapassemos certos pontos de ruptura, isso não nos pode parar. Mesmo que ultrapassemos os 1,5 graus, desistir simplesmente não é uma opção. Mas não será possível evitar as consequências desta crise, se continuarmos como agora. A parte positiva de tudo isto é que podemos mudar. Podemos mudar politicamente, podemos mudar normais sociais, podemos mudar os nossos comportamentos, podemos mudar as nossas sociedades.
Em relação às centrais nucleares na Alemanha: disse que era preferível que as centrais nucleares no país permanecessem funcionais (como ficarão até Abril, anunciou o chanceler), em vez de se virarem para as centrais a carvão. Acha que devem permanecer em funcionamento para lá de Abril ou apenas durante esta crise energética?
Foi muito divertido ver as reacções a essas declarações, postas fora de contexto. Não entendo a razão pela qual as pessoas se importam com o que eu penso ou não penso sobre energia nuclear. É muito absurdo ver as reacções (risos). Penso que isto distraiu tanta gente daquilo que realmente importa.
Devemos afastar-nos disto e pensar de forma realista. Para muitos, sobretudo políticos e pessoas no poder, questões como esta e guerras culturais como a energia nuclear estão a ser usadas como uma forma de nos distrair e atrasar acção concreta e com significado contra a emergência climática.
Mas tem alguma posição? O que defende é uma espécie de mix energético sem carbono para que se faça a transição?
Depende tanto de caso para caso. É impossível dizer. Se disser algo, acaba por ser retirado do contexto e aplicado a outra coisa qualquer.
Ganhou a primeira edição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, em 2020, no valor de um milhão de euros. Na altura disse que iria doar metade do valor a projectos relacionados com a luta climática através da sua fundação. Em que foi aplicado este dinheiro?
Vamos publicar no site da fundação para mostrar onde foi ou está a ser aplicado todo o dinheiro. O objectivo é a transparência para que todos possam ver. [Algumas das organizações que receberam o dinheiro foram a SOS Amazonia, Stop Ecocide Foundation, Cruz Vermelha, Oil Change International, Solar Sister e também foi doado para ajudar vítimas de cheias com roupa, abrigo e apoio médico.]
Falando da COP27: estará presente?
Não.
Porquê?
Estarão muitos activistas presentes que precisam de ser mais ouvidos do que eu.
Disse várias vezes que estas conferências acabam por ser só “blá, blá, blá”. O que poderia fazer com que esta COP fosse um sucesso?
Depende daquilo que cada um considera ser um sucesso. Para mim, o sucesso desta COP seria se as pessoas se apercebessem de forma conjunta como os nossos sistemas estão defeituosos e como estes processos são imperfeitos.
Nas circunstâncias actuais, não levarão a nenhuma mudança relevante. As COP, como existem agora, não estão feitas para criar mudanças profundas, nem duradouras. Por exemplo: o lobby dos combustíveis fósseis durante a COP26 teve mais representantes do que qualquer outra nação. Não está realmente a trabalhar a nosso favor.
Mas isso não significa que as COP não são úteis. São muito úteis, se tivermos representação suficiente daqueles que são mais afectados, da ciência, dos jovens. É um princípio, mas mesmo assim vamos perceber que não é suficiente. Para mudar estas coisas, precisamos de ter pressão do exterior. E aí as COP são uma grande oportunidade para mobilização.
Seria a melhor notícia que poderia ter desta COP?
Sim, se as pessoas se indignassem com a inacção.
Deixa bem claro no livro que não é a humanidade toda que é responsável por esta situação em que estamos. É uma minoria que vive acima das possibilidades e que continua a alimentá-la. Como parar?
É uma boa questão: se alguém tivesse a resposta, muitos dos nossos problemas estariam resolvidos. A humanidade nunca enfrentou uma crise como esta e não sabemos realmente como lidar com ela, como prosseguir daqui em diante. O que sabemos é o que fazer e o que não fazer.
O nosso foco agora deve ser como distribuir o que resta do orçamento de carbono, que nos daria uma oportunidade aceitável de ficar abaixo dos 1,5 graus do aumento da temperatura global. Fazer isso requer muito. E é difícil gerir isto, se formos um indivíduo que não sabe realmente o que fazer. Então, aquilo que posso aconselhar de forma concreta é educarem-se e espalhar essa sensibilização a outros. Tentar falar da crise climática a toda a gente. Tornar esta conversa presente em todo o lado a toda a hora, que fique presente em cada decisão que se tome.
As mudanças de que precisamos não virão dos nossos políticos. Só acontecerão quando houver gente suficiente a exigir a mudança por parte das pessoas no poder. Temos de sair à rua e mostrar a resistência, mostrar que já estamos cansados e mudar a opinião pública.
Muito do seu foco não está na acção dos políticos, mas na pressão individual para que haja acção. É porque já desistiu dos políticos? Diz no livro que muitas pessoas com cargos de topo admitiram-lhe em privado que não tinham conhecimento suficiente sobre o assunto.
Sim. Não sei bem: o objectivo do livro é mais para mostrar facetas diferentes desta urgência e cruzar diferentes perspectivas. Penso que as mudanças de que precisamos para evitar as piores consequências não virão dos políticos. Mostraram-nos vezes e vezes sem conta que não estão preparados para assumir a liderança e não estão preparados para criar estas mudanças.
Portanto, sobra para os restantes: nós – para que os pressionemos. Temos responsabilidade para fazer pressão naqueles que estão realmente no poder. Acredito que através da consciencialização possamos criar uma massa crítica de pessoas que exigem mudança. Ao fazê-lo, vamos também impossibilitar que os políticos e os que estão no poder ignorem tudo isto.
O primeiro passo é a educação?
Acredito que sim. Este livro não funciona só como um método de educação, mas também como um chamamento para a acção.
Um dos capítulos tem precisamente o título de “Dizem-nos uma coisa e fazem outra”. É assim que se sente?
Sim, muito. Por ter tido muitos encontros com políticos e pessoas em posição de poder torna-se bastante claro que o greenwashing e estes padrões duplos tendem a ser a norma universal. Toda a gente nos diz como está a agir bem e como tudo corre bem. E, ao mesmo tempo, fazem batota.
Criaram legislação internacional que permite que estas coisas aconteçam. Não só permitem, como incentivam. Penso que aquilo que mais nos deve surpreender não é o que poderá acontecer no futuro, mas aquilo que está a acontecer agora. Esta batota, esta externalização (outsourcing), e esta exclusão de emissões é algo que as pessoas no poder tornaram sistemático. Quase toda a gente o faz.
Porque organizou o livro desta forma? É para contar a história, mostrar o que está em risco e o que podemos fazer?
Tento sempre usar a plataforma que posso ter. E, agora, tenho a oportunidade de fazer isto. Para mim, isto é uma forma de activismo, para espalhar consciencialização sobre o tema. Quis criar uma espécie de referência para pessoas que se queiram envolver mais em questões do clima, mas que não saibam bem por onde começar.
Como um guia?
Sim, talvez. Para dar às pessoas algumas das ferramentas de que possam precisar. Para que possam ver quais as ligações entre estas questões muito complicadas e notarem também como tudo isto faz parte de uma crise de sustentabilidade muito maior. Já não nos podemos dar ao luxo de separar estas questões umas das outras. Precisamos de ver tudo isto de um ponto de vista holístico.
Qual foi a razão para ter escolhido estes especialistas? Fez também questão de escolher mulheres e pessoas de comunidades indígenas?
Sim. Tentei tanto quanto possível ter vozes diferentes. Uma das mensagens centrais deste livro é: “Dêem ouvidos à ciência, ouçam as pessoas mais afectadas.”
Diz que esta crise vai exigir mudanças drásticas na nossa forma de viver. Sendo uma pessoa que procurou essa mudança, qual tem sido o resultado?
A maior mudança que fiz na minha vida foi tornar-me activista. E essa é, de longe, a forma mais eficaz de alguém se envolver [na luta climática] e de mudar os comportamentos individuais. Vejo que muitas pessoas se limitam a falar de mudanças no estilo de vida, como tornarem-se vegan ou deixarem de voar e tudo isso, que também é óptimo, mas vejo isto como uma forma de activismo.
Fazemo-lo enquanto cidadãos, não o fazemos enquanto consumidores. Quando nos reduzimos à posição de consumidores, perdemos tanto poder e subestimamos o nosso papel. São realmente as pessoas que detêm o poder, mas não nos apercebemos disso. Assim que o entendermos e reconquistarmos esse poder, penso que não haverá limites para aquilo que podemos fazer.
Qualquer tipo de activismo é bom? Mesmo que seja mais passivo, digamos?
Claro. Nada é demasiado pequeno para se começar. Eu iniciei-me no activismo em casa ao desligar as tomadas da ficha, ao desligar as luzes para poupar energia. Uma coisa levou à outra e acabei a fazer greve na escola.
Não nos podemos propriamente preparar para este tipo de mudança, acaba por surgir de forma natural. Não planeei isto, mas, quando me apercebi inteiramente da crise, é como se este fosse o único caminho para a frente. Era desespero ou a acção. Foi a única opção que me pareceu certa.
Diria que a razão para a inacção é por chocar com o conforto das nossas vidas, ou porque realmente não nos apercebemos do que está em jogo?
Ambas as coisas. Agora, as mudanças que são necessárias não estão realmente em harmonia com os sistemas vigentes, razão pela qual muitas pessoas parecem não o conseguir ver. Mas também acredito que parte da razão pela qual não estamos a agir é porque não nos apercebemos realmente de todas as implicações desta crise. As pessoas sabem que algo está errado, algo parece estar errado, mas não sabem bem o que é. E não sabemos as consequências exactas disso.
Sabemos que o planeta está a ficar mais quente, vemos mais e mais eventos extremos relacionados com o tempo que estão a ameaçar as vidas de algumas pessoas. Na melhor das hipóteses, é isso que sabemos. Mas a noção de que estamos em contra-relógio passa-nos completamente ao lado. Passam-nos ao lado os eventos históricos que nos levaram a este ponto. Falhamos ao não perceber o que está a acontecer aqui e agora. A crise climática não é só algo que vai afectar as nossas crianças ou netos no futuro: já cá está e isto é só o princípio. O planeta está a desestabilizar-se e isso terá consequências horrendas.
E também vemos que esses primeiros efeitos começam a afectar as pessoas mais vulneráveis e que não contribuíram para esta crise.
Exactamente. Quem está no poder não será afectado de forma tão dura – o que só se junta a esta camada de injustiça no que toca a esta crise. Os 10% mais ricos do mundo são responsáveis por cerca de metade das emissões de carbono mundiais, anualmente. E os 50% mais pobres são responsáveis por cerca de 10%. Estas desigualdades absurdas não são algo que possamos continuar a ignorar.
Muitos países comprometeram-se a atingir a neutralidade carbónica até 2050. É suficiente?
Se queremos evitar as consequências e se quisermos salvar pessoas, não é suficiente. Para mim, não é suficiente. É pouco e vem tarde. É um número escolhido a dedo que é fácil de comunicar e inclui tantas lacunas, por serem baseados em números deficientes e estatísticas incompletas, não contemplando a emergência por completo. Também exclui por completo o aspecto global da igualdade. Ao deixar de fora a questão da igualdade, deixamos de fora a maior parte da população mundial.
Continua no ensino secundário na Suécia, certo?
Sim.
E ainda faz as greves todas as sextas? Como está a correr?
Sim. Ainda protestamos todas as sextas-feiras, na parte exterior do Parlamento sueco, tal como acontece em muitas partes do mundo. Pensei que iria fazer isto durante muito tempo, mas não tinha previsto isto.
Começou por ir sozinha, há uns anos. Pensou que poderia chegar a tanta gente por todo o mundo, em tão pouco tempo?
Não. Só pensei que era a minha obrigação moral. Tinha a oportunidade de fazer algo, sou privilegiada por poder fazer algo, sou privilegiada por poder manifestar-me sem riscos e, logo, é meu dever fazê-lo. E fiz. Pensei que, mesmo que isto não funcionasse, tentaria fazer outra coisa, tentaria outros métodos –o que realmente fiz no início em diferentes organizações, mas não funcionou para mim. Então fiz algo diferente por mim própria. Parece que funcionou e continuo aqui, a fazer isso.
Pensa em ir para a universidade?
Não sei. Gostaria, mas ainda não sei. Tenho de decidir em breve.
Seguiria alguma área específica?
Não sei. Sei que, independentemente do que faça, continuarei a ser uma activista, só resta saber de que forma. Porque a necessidade de termos activistas climáticos não vai abrandar, só aumentará – sobretudo tendo em conta o actual estado do mundo.