Sintra cria programa alimentar para responder a necessidades crescentes

Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, referiu que o município irá “tornar mais abrangente e mais rápido o apoio que a autarquia já assegura nesta área”.

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Em Sintra, o número de pedidos de apoio a nível da distribuição de alimentos tem vindo a aumentar daniel rocha

A Câmara de Sintra vai criar um programa alimentar para responder ao “aumento gradual e constante das necessidades de apoio” aos munícipes, no âmbito de ajudas “imediatas” que totalizam dez milhões de euros, anunciou nesta segunda-feira o presidente da autarquia.

Citado numa nota da liderança camarária, Basílio Horta (eleito pelo PS) explicou que o programa Zero Carências Alimentares será coordenado pelos serviços sociais do município, no distrito de Lisboa, e “organizado por via dos refeitórios escolares e das juntas de freguesia, devido à proximidade das populações”.

Este trabalho será feito “aproveitando a experiência e o conhecimento operacional” da resposta à crise pandémica de covid-19.

“[A câmara e as juntas] têm sido confrontadas nos últimos meses com um aumento gradual e constante das necessidades de apoio e distribuição de alimentos num concelho com mais de 400 mil pessoas”, afirmou Basílio Horta, admitindo que este cenário se intensifique nos próximos meses, perante o previsível aumento da inflação e o consequente agravamento das situações de emergência social.

“Vamos aumentar, tornar mais abrangente e mais rápido o apoio que a autarquia já assegura nesta área”, referiu o presidente do município, que anunciou as medidas numa reunião do executivo.

A verba de dez milhões de euros envolve também um apoio pecuniário aos munícipes através do Fundo Social Anticrise, que “assegura, em caso de necessidade, o pagamento de água, luz, despesas escolares e de primeira necessidade” a famílias com rendimentos reduzidos.

Segundo Basílio Horta, a acção será “imediata, mas faseada”, e está a ser preparado um outro conjunto de apoios que vai incluir ajudas às instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do concelho, tendo como critério o número de equipamentos e utentes de cada uma.

A autarquia vai ainda assumir a tarifa social da água dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) em 2023, de cerca de 600 mil euros.

“Desta forma, criamos as condições económicas para que no próximo ano os SMAS de Sintra não aumentem o preço da factura da água de todos os que vivem em Sintra, face aos aumentos da EPAL e Águas do Tejo”, afirmou o presidente.