Idade avançada é o principal factor de mortalidade por covid-19

Estudo foi realizado com uma amostra de 1246 pacientes e está publicado no Open Respiratory Archives, a revista científica da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica.

Foto
Idade mais avançada é o principal factor de mortalidade em doentes infectados por covid-19 Matilde Fieschi

A idade é o principal factor de risco de mortalidade por covid-19, segundo um estudo conduzido em Espanha em que se analisaram dados de mais de 1200 doentes com uma média de idades de 65 anos.

O estudo foi realizado com uma amostra de 1246 pacientes e está publicado no Open Respiratory Archives, a revista científica da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR).

A pneumologista Irene Nieto, membro da SEPAR e principal autora do estudo, explicou que o objectivo do estudo foi identificar os factores que podem prever pacientes com risco mais elevado de morrer por covid-19.

Segundo Nieto, o nível de risco dos doentes com covid-19, que se pode manifestar em formas leves, moderadas ou severas, é essencial para encaminhar os doentes para o recurso de cuidados mais apropriado em função da sua evolução e gravidade, tais como unidades de cuidados respiratórios intermédios.

Depois de recolherem todos os dados médicos dos pacientes e de os analisarem, os investigadores descobriram que 168 pacientes, 13% do total da amostra, morreram durante a admissão hospitalar e que a maioria destas mortes foi de adultos mais velhos.

O estudo conclui que a idade mais avançada é o principal factor de mortalidade em doentes infectados por covid-19, embora o impacto dos reagentes (proteínas que aumentam ou diminuem durante a fase aguda da infecção) e o tipo de células do sangue sejam também factores relevantes.

Nieto salientou que “estas descobertas podem ser muito úteis para supervisionar pacientes com covid-19 na prática clínica e atribuí-los aos cuidados mais apropriados”.

Os autores destacam no estudo que “modelos de aprendizagem automática de última geração podem proporcionar novos conhecimentos clínicos, uma vez que são capazes de detectar interacções de ordem mais elevada entre as variáveis, nunca antes vistas”.