Há padres no activo acusados de abusos, reconhece bispo auxiliar de Lisboa
Américo Aguiar considera que o “normal” seria que os bispos das respectivas dioceses afastassem os membros da igreja denunciados.
O bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, reconheceu nesta terça-feira a existência de padres no activo acusados de abusos sexuais, considerando que “seria normal” que os bispos das respectivas dioceses afastassem os membros da igreja denunciados, noticiou o Jornal de Notícias (JN).
Depois de uma cerimónia de entrega do prémio da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, Américo Aguiar disse ser “preocupante” que haja padres em funções acusados de abusos sexuais.
“Estaria mais descansado se houvesse uma partilha permanente das denúncias a cada diocese pela Comissão Independente, mas compreendo que pudesse causar nas vítimas desconforto ou desconfiança. Se calhar, é por isso que não partilham, mas depois não se pode fazer coincidir essa boa vontade que eu acho que seria positiva”, afirmou o bispo auxiliar de Lisboa, citado pelo JN.
A preocupação é partilhada pelo presidente da APAV. Segundo o JN, João Lázaro considera que, “independentemente da instituição onde foram detectados esses casos”, tem de haver “medidas de suspensão, de fazer com que a pessoa abusadora não esteja perto das vítimas enquanto decorrem outro tipo de abordagens internas.