Há seis novas espécies de rãs encontradas no Equador
Uma das espécies agora identificadas foi nomeada de resistencia, em homenagem a uma activista ambiental que foi assassinada por se opor a uma mina no Equador, de acordo com um dos cientistas.
Chamam-se Pristimantis. E é normal que nunca se tenha cruzado como uma destas rãs. Apesar de as Pristimantis terem mais de 500 espécies já identificadas, só se encontram nalgumas regiões da América Central e do Sul. E foi precisamente aí, no Equador, que um trio de investigadores identificou mais seis novas espécies destas rãs.
Na zona equatoriana da cordilheira dos Andes, os cientistas Jhael Ortega, Jorge Brito e Santiago Ron encontraram seis espécies desconhecidas das rãs Pristimantis em dois parques naturais – o de Llanganates e o de Sangay.
As novas espécies de rãs são agora nomeadas num artigo publicado na revista científica PeerJ: Pristimantis anaiae, tamia, glendae, kunam, resistencia e venegasi.
Os investigadores do Instituto Nacional de Biodiversidade, uma entidade do Ministério do Ambiente, Água e Transição Ecológica equatoriano, alertam, no entanto, para a necessidade de obter mais informação sobre o estado das populações destas espécies que foram encontradas em zonas desflorestadas dos parques naturais. Citados em comunicado do ministério local, os cientistas recomendam que estas seis novas espécies sejam inseridas na lista de espécies ameaçadas da União Internacional de Conservação da Natureza.
A rã da espécie resistencia é um dos destaques desta descoberta. Santiago Ron escreve, na rede social Twitter, que esta rã é dedicada a uma activista ambiental assassinada, Alba Bermeo, que se opunha a uma mina em Azuay, uma cidade no Equador.
O investigador alerta ainda para um outro factor preocupante na defesa do ambiente nesta região do globo: 68% dos 1180 activistas ambientais assassinados nos últimos dez anos foram registados na América Latina. Os dados avançados fazem parte de um relatório desenvolvido pela organização não-governamental Global Witness sobre a última década.
As rãs do género Pristimantis, como as que os investigadores apresentam, são muito mais diversas – daí terem tantas espécies e continuarmos a descobrir novas. “Como se desenvolvem directamente através de ovos terrestres e não de girinos, esta espécie não depende de corpos de água para a sua reprodução, o que poderá ser um dos motivos que explicam a grande diversidade que tem”, aponta o ministério equatoriano em comunicado.