Lucros da Galp disparam 86% nos primeiros nove meses
Subida dos lucros, para 608 milhões de euros, acontece num período de forte aumento dos combustíveis. Resultados do terceiro trimestre abrandaram para 187 milhões de euros.
De Janeiro a Setembro, os lucros da Galp ascenderam a 608 milhões de euros, um aumento de 86% face ao mesmo período do ano passado, a que não são alheias as fortes subidas dos combustíveis, devido, entre outros factores, à guerra na Ucrânia. Os resultados do terceiro trimestre abrandaram, para 187 milhões, mais 16% que em igual período do ano passado, mas longe dos 265 milhões registados entre Junho e Setembro do corrente ano.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sobre os resultados do terceiro trimestre e do valor acumulado nos primeiros nove meses do ano, a Galp justifica que “os resultados no terceiro trimestre reflectem um forte desempenho operacional em todos os segmentos de negócio, com actividades de upstream [extracção] e industrial a capturar o forte ambiente macro”.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 73% nos primeiros nove meses, para 2,9 mil milhões de euros, face a igual período de 2021, e no terceiro trimestre aumentou 29%, para 784 milhões de euros.
A empresa liderada por Andy Brown, que cessará funções no final do ano, destaca que, excepto a área de novos negócios, que registou um prejuízo de 17 milhões de euros, todos os restantes segmentos de negócio tiveram um contributo positivo, incluindo o das renováveis, com um lucro de 38 milhões, contra quatro milhões negativos no trimestre anterior.
O maior contributo para os resultados veio da exploração e produção de petróleo (upstream), com o EBITDA a aumentar 61% entre Janeiro e Setembro, para 2290 milhões, e 17% no terceiro trimestre, para 612 milhões de euros.
Na área comercial, o EBITDA cresceu 12%, para 256 milhões de euros no acumulado dos nove meses, ao passo que nos últimos três meses, subiu 16%, para 103 milhões de euros.
A área industrial contribuiu com 48 milhões de euros, no terceiro trimestre, um montante cerca de três vezes maior que os 15 milhões registados no mesmo trimestre de 2021, mas inferior aos 283 milhões do segundo trimestre deste ano.
A empresa registou uma provisão de 88 milhões de euros para acautelar o desmantelamento da refinaria de Matosinhos.