Este miraculoso Tim Bernardes a oferecer-se sozinho à imensidão do Coliseu
No penúltimo concerto da digressão que encerra esta segunda-feira na Casa da Música, no Porto, o músico brasileiro confirmou-se como fenómeno junto do público português. Duas horas de uma intimidade desarmante, uma actuação tocante, admirável.
Aquele homem alto, que parece mais alto ainda na boca do palco, levantara-se da cadeira onde se sentara durante as duas horas anteriores, cadeira de frente para o público que trocara ocasionalmente pelo banco do piano de cauda. Está ali, guitarra nas mãos, a perguntar se o ouvimos, e ouvimos, claro, como não ouvir aquela voz capaz de mil modulações, trinado vivo nas palavras que canta, agudo esvoaçante, grave melancólico, voz que conta as histórias que a canção conta, voz que é cenografia e argumento tão bem medido, tão bem delineado, que deixa de ser narrativa e é pessoas e emoções de carne e osso a apresentarem-se perante nós.
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