Keep calm and carry on: Boris não volta a Downing Street

É normal que o homem que queria ser uma espécie de Churchill adaptado ao século XXI tenha um desejo imenso de voltar ao poder e a Downing Street, onde sempre quis estar. Mas seria uma excentricidade britânica nunca vista e muito mais grave que a cerveja morna.

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Liz Truss fica para a história não só como a primeira-ministra com menos tempo em Downing Street como também a única, após Churchill, a ter lidado com duas majestades diferentes na chefia de Estado. Um dos (variadíssimos) argumentos que Churchill usou para se manter no poder, para fúria do seu amigo Anthony Eden que estava doido por o ver pelas costas, era o desejo de, após a morte de Jorge VI, continuar a ser primeiro-ministro na nova era isabelina. Liz Truss conseguiu ser empossada pela Rainha na última cerimónia pública de Isabel II antes da sua morte e foi demitir-se a Carlos III que, numa audiência qualquer intercalar parecia já antever o desfecho quando, perante uma solene saudação de Truss, o rei disse a palavra apanhada pelos microfones: “Anyway”.

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