Tripulantes da TAP rejeitam proposta de novo acordo de empresa e admitem greve

O sindicato que representa os tripulantes de voo admite avançar com uma greve, em protesto contra as condições apresentadas pela administração da TAP na proposta para um novo acordo de empresa.

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A administração da TAP está em negociações com os sindicatos para celebrar novos acordos de empresa PEDRO NUNES

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) avançou, este domingo, com um pedido de convocação de assembleia geral, com carácter de urgência. Em causa está a proposta para um novo acordo de empresa, para substituir os actuais acordos temporários de emergência, que foi feita pela administração da TAP aos tripulantes e que este sindicato considera “inenarrável”, não colocando de lado a possibilidade de recorrer à greve.

A decisão surge numa altura em que a administração da TAP e os sindicatos estão em negociações para estabelecerem novos acordos colectivos de empresa, que irão substituir os acordos temporários de emergência assinados em 2021, no âmbito do plano de reestruturação da companhia aérea. O objectivo, adiantou a empresa no mês passado, era apresentar, até meados de Outubro, “propostas completas dos novos acordos de empresa” a todos os sindicatos e alcançar “progressos significativos” nas negociações ainda este ano.

Desde o início, contudo, que os sindicatos têm afastado a possibilidade de as negociações decorrerem de forma célere, devido às profundas divergências com a administração da TAP, que acusam de atropelar os direitos dos trabalhadores. A assembleia geral agora convocada pelo SNPVAC vem ilustrar isso mesmo.

“Face aos sistemáticos atropelos ao acordo de empresa em vigor e ao acordo temporário de emergência, a somar à falta de respeito que a TAP tem vindo a ter perante os tripulantes”, a que se junta o facto de a TAP ter denunciado o acordo de empresa em vigor e apresentado uma nova “proposta de acordo de empresa inenarrável”, a direcção do SNPAV entende que “está na hora” de reunir os trabalhadores em assembleia geral.

“Solicitámos já ao presidente da mesa a convocação de uma assembleia geral com carácter de urgência”, para “debater o actual momento da empresa e apresentar as conclusões retiradas pela direcção sobre a proposta de acordo de empresa enviada pela TAP, além de deliberar eventuais medidas a tomar – não descartando o recurso à greve”, pode ler-se na convocatória, que foi enviada às redacções neste domingo.

Ainda este mês, recorde-se, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarróias, já tinha afirmado, durante uma audição parlamentar, que considerava ser “muito provável que, até ao final do ano, possa haver uma greve no grupo TAP”. Isto numa altura em que o ambiente vivido pelos trabalhadores é de “descontentamento, revolta e mal-estar” e em que os actos de gestão da actual administração têm sido fortemente criticados. Exemplo disso, lembrou então, é a questão da renovação da frota automóvel para administradores, para quem a TAP encomendou 50 BMW, acabando por desistir desta compra.

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