Querem fechar blocos de partos? “Dão uma mala a cada um destes habitantes e vamos todos para o litoral do país”
Depois de décadas a lutar contra o despovoamento, Idanha-a-Nova apresenta-se ao país com um saldo migratório positivo e uma natalidade acima da média. E eis que o país lhe responde com a ameaça de fecho dos blocos de parto mais próximos, em Castelo Branco e na Guarda. Samanta, com uma barriga de 34 semanas, só reclama o direito a uma gravidez descansada.
Samanta Afonso ainda não encheu a mala azul-turquesa que está ao cimo das escadas com os bodies e os carapins de bebé que estão a esta hora, apesar da chuva e do tempo brumoso, a tentar secar no estendal, à porta da sua casa na freguesia de São Miguel de Acha, em Idanha-a-Nova. E tem resistido ao exercício de se pôr a comparar no Google Maps a distância até à Covilhã, onde poderá ter de ir parir o seu segundo filho, caso avance a proposta de encerramento das urgências de obstetrícia e de seis blocos de partos, entre os quais os da Guarda e Castelo Branco. “A justificação que ouvi é que não há muitos partos em Castelo Branco, eu não sei onde é que eles vão ver essas coisas, porque só eu conheço cinco grávidas. Há-de haver muitas mais”, admira-se.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.