Moscovo critica Portugal por envio de helicópteros de origem russa para a Ucrânia

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo considera que se trata de uma “violação das obrigações contratuais” por parte de Lisboa. Helena Carreiras desvaloriza as críticas.

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Helicópteros Kamov estavam sem licença para operar em Portugal por serem de origem russa PAULO PIMENTA

Moscovo criticou esta quinta-feira a decisão do Governo português de enviar seis helicópteros de combate a incêndios para a Ucrânia, de origem russa, dizendo que se trata de uma “violação das suas obrigações contratuais”. Críticas que a ministra da Defesa diz desconhecer, mantendo a decisão de enviar os Kamov à Ucrânia.

A diplomacia russa considera que a decisão tomada pelo Governo português de enviar seis helicópteros Kamov de combate a incêndios para a Ucrânia, ajudando na luta contra a invasão russa, é uma “violação das obrigações contratuais” por parte de Lisboa, referindo-se ao facto de serem aeronaves de origem russa.

“Pedimos aos nossos colegas (portugueses) de se inibirem de dar passos que possam desacreditar Portugal como um parceiro fiável”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, na rede social Twitter.

Em Outubro, Portugal anunciou o envio para a Ucrânia dos seis helicópteros Kamov, que estavam sem licença para operar, por serem de origem russa, um dos quais estava inoperacional.

Por seu lado, a ministra da Defesa afirmou hoje desconhecer as críticas do regime de Moscovo face à intenção do Governo português enviar seis helicópteros Kamov para a Ucrânia e adiantou que essa decisão de apoiar Kiev se mantém. "Naturalmente, nem antecipámos ou tivemos grandes preocupações com as obrigações contratuais relativamente à Federação Russa”, afirmou Helena Carreiras no final do Conselho de Ministros.​

“Relativamente aos [helicópteros] Kamov, o que posso dizer é que a intenção se mantém, naturalmente, nas actuais circunstâncias. Como em qualquer outra política, se houver circunstâncias que nos obriguem a revisitar e a ponderar tal far-se-á, mas não há qualquer intenção de alterar nas presentes circunstâncias”.

(Notícia actualizada às 14h42 com as declarações da ministra da Defesa)