Júlio Resende levou Amália até à abertura da Womex
A noite de abertura da Womex lisboeta, a decorrer até 23 de Outubro, trouxe uma quase omnipresente guitarra portuguesa nos concertos de Júlio Resende, Beatriz Felício e Expresso Transalântico, e uma Lisboa pouco interessada em perpetuar uma imagem turística graças aos Club Makumba.
Há um momento arrepiante na cerimónia de abertura da Womex (Worldwide Music Expo), a maior feira profissional dedicada às músicas do mundo, este ano instalada em Lisboa, até 23 de Outubro. Júlio Resende está sozinho no palco, debruçado sobre o piano, soltando das mãos um vendaval de notas que se alastra por toda a extensão do teclado. Sabemos que é Júlio Resende, homem que começou no jazz (e por lá continua) e por abordar as canções nos seus colectivos, mas que, aos poucos, se foi aproximando do fado (e por lá persiste) nas suas criações. Mas num ou noutro flash, as costas curvadas sobre o teclado, o corpo quase a ser aspirado pelo instrumento ou mesmo prestes a nele se diluir, parece sobrepor-se-lhe a imagem de Carlos Paredes nos seus iluminados transes derramados sobre a guitarra portuguesa.
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