Terá vendido mais de cem cartas de condução falsas. Clientes também foram apanhados

Suspeito também venderia certificados de residência e até alguns cartões do cidadão, embora em menor quantidade. Chegou a fazer-se passar por inspector do SEF.

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PP PAULO PIMENTA

Um homem suspeito de ter vendido mais de uma centena de cartas de condução falsas foi detido esta quarta-feira, tal como alguns clientes seus apanhados a conduzir com documentos forjados.

“Fazia crer aos adquirentes que utilizava contactos no Instituto da Mobilidade e dos Transportes para registar tais cartas no sistema informático como se fossem verdadeiras”, detalha uma nota informativa do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), organismo que dirige este inquérito.

Sobre este homem impendia um mandado de detenção fora de flagrante delito, por indícios da prática de 32 crimes de falsificação de documento agravada, 14 crimes de tráfico de influência, 12 de burla qualificada e três de condução ilegal.

“Indicia-se ainda que este arguido anunciava também ter contactos no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que lhe permitiam auxiliar estrangeiros a legalizarem a sua situação em território nacional, recebendo, em contrapartida, pagamentos em dinheiro”, refere ainda o DCIAP, detalhando que o suspeito chegou a fazer-se passar por inspector do SEF em contactos com cidadãos estrangeiros.

As detenções tiveram lugar entre a madrugada e a manhã, numa operação da directoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária que envolveu mais de cem elementos de diversas unidades deste órgão de polícia criminal e contou ainda com a colaboração de elementos da PSP, da GNR e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

“Os detidos, quatro homens e uma mulher, todos de nacionalidade portuguesa, têm idades compreendidas entre 32 e 51 anos”, refere a PJ.

A investigação não se encontra concluída, nomeadamente no que diz respeito à identificação e detenção de possíveis cúmplices do vendedor de documentos falsos, que chegava a pedir 1500 euros por uma carta de condução falsa. Além das cartas, o suspeito também venderia certificados de residência e até alguns cartões do cidadão, embora em menor quantidade. Ao contrário deste último documento, os cartões que habilitam à condução não têm inserido nenhum chip que permita a sua leitura informática, mas apenas hologramas.

“Para além de relevante material com interesse probatório, foram também apreendidas diversas armas de fogo”, esclarece ainda a Judiciária, acrescentando que foram efectuadas 24 buscas domiciliárias em vários pontos do país.

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