Entre 20 e 23 de Outubro, todos os caminhos vão dar ao quarteirão cultural World Of Wine (WOW), em Vila Nova de Gaia, que vai pôr em destaque um dos alimentos mais amados pela população mundial. O chocolate, de todas as maneiras e feitios, vai ser a atracção principal da primeira edição do Chocolat Festival Portugal, que chega pela primeira vez à Europa para dar a conhecer e promover o chocolate com elevado teor de cacau e o chocolate feito com cacau de qualidade.

O Chocolat Festival aterra em Portugal depois de 25 edições na América Latina. O objectivo é transformar “o Porto e Portugal num hub do chocolate bean to bar na Europa”, refere o director-geral do WOW, Pedro Araújo. “O festival nasceu com a perspectiva de estimular a produção do cacau de qualidade e de chocolate com alto teor de cacau, num país que já foi o maior produtor de cacau do mundo, o Brasil. Com isto, a ideia é fazer de Portugal um hub do chocolate de origem. O cacau vem da América Central, chega até Portugal e depois começa a ser distribuído para o mundo inteiro”, acrescenta Marco Lessa, fundador do Chocolat Festival na América Latina.

​“2022 é um ano muito especial para começar esta enorme parceria com o Brasil. Celebram-se os 200 anos da independência do Brasil e, ao mesmo tempo, celebram-se os 200 anos da introdução do cacau em África, pelas mãos dos portugueses. Relembro que, com a arrojada introdução do cacau em São Tomé e Príncipe, Portugal estabelecia uma ponte transatlântica que mudaria o mundo para sempre”, reforça Pedro Araújo, que é também mestre de chocolate.

​“É certo que 90% do cacau de qualidade do mundo é latino e é também sabido que o maior consumo mundial per capita está na Europa. Por isso, é fundamental posicionar Portugal como ponto estratégico que é – com forte ligação à América Latina e com localização estratégica na Europa. No Chocolat Festival queremos degustar chocolate, conversar sobre chocolate e encontrar soluções para os paradigmas deste sector. É um ponto de encontro para apreciadores e profissionais”, corrobora Marco Lessa, fundador do Chocolat Festival na América Latina e co-realizador do evento.

O evento para os apaixonados por chocolate estará aberto a todo o tipo de público, desde o consumidor típico até aos profissionais do sector. Durante os quatro dias do festival, o WOW tem programadas várias actividades para satisfazer o desejo de quem adora este alimento. A feira de chocolate é um desses exemplos: é lá que o visitante pode provar mais de 30 marcas de chocolate que vão estar presentes neste certame.

Para além da degustação, os visitantes podem ainda participar em showcookings e workshops, pôr as mãos na massa e “aprender a temperar um chocolate” ou a “fazer doces através do chocolate, como um bombom, uma torta de chocolate ou um pastel de nata com chocolate” com a ajuda de prestigiados chefs, como Hélder Fernandes ou Marco Costa, refere Pedro Araújo à Fugas.

Os espaços de workchocs também são uma outra possibilidade de o público se envolver mais intensamente no mundo do chocolate. Através desta actividade, vários chefs e especialistas de chocolate, como Sara Silva ou Fábia Ribeiro, responsável pelos chocolates Vinte Vinte, a marca própria do WOW, dão a oportunidade de os visitantes aprenderem mais sobre como produzir este alimento, a fazer receitas saudáveis ou clássicas ou até mesmo degustar sensorialmente o cacau e o chocolate.

Mas o destaque do Festival Internacional do Chocolate e do Cacau vai para o curso Bean To Bar, que se realiza entre os dias 19 e 20 de Outubro. O objectivo é “ensinar as pessoas a fazer chocolate” e, para isso, durante os dois dias de formação, os participantes vão aprender técnicas e processos de produção artesanal desde a essência do chocolate, que é a fava de cacau. O curso está aberto ao público em geral, mas é necessária uma inscrição prévia para participação.

O festival também promove um conjunto de actividades mais direccionadas para os profissionais do mundo do chocolate. O Fórum do Cacau, a realizar-se na sexta-feira, é um espaço pago, com o custo de 20 euros, dedicado a palestras com convidados nacionais e internacionais. María Jiménez, especialista em cacau fino de aroma, ou Spencer Hyman, fundador da marca de chocolate artesanal Cocoa Runners, por exemplo, vão falar sobre a cultura do cacau, a sustentabilidade na produção de cacau e a junção do cacau com outros elementos, como o vinho ou o café.

Para além das palestras, os profissionais da área podem ainda participar num outro evento pago, que tem o custo de 20 euros. O Chocoday, a acontecer no sábado, apresenta vários painéis com oradores nacionais e internacionais, que vão discutir as tecnologias no fabrico do chocolate ou a produção de chocolate artesanal. Helena López, directora da ChocoMad, a Feira Internacional de Chocolate de Saragoça, e Chantal Coady, uma chocolatier britânica fundadora da marca sustentável The Chocolate Detective, são alguns dos exemplos dos oradores convidados que vão participar neste evento.

O Chocolat Festival não podia deixar de fora um dos principais grupos de consumidores deste alimento. Para as crianças, estão programadas várias actividades: durante os quatro dias do festival, o programa apresenta um espaço pago de Cozinha Kids, com o custo de 10 euros, em que os mais pequenos podem aventurar-se a pôr em prática diversas receitas à base de chocolate.

Com o objectivo de trazer música do mundo, especialmente de países produtores de cacau, como o Brasil ou Peru, o WOW apresenta também vários concertos e grupos de danças para “trazer um pouco da cultura destes países até cá”, menciona Pedro Araújo. Para além destes momentos musicais, o público pode ainda participar na festa dedicada ao chocolate, mediante pagamento de um bilhete de entrada, com o custo de 60 euros. A Cocktail Choco Party pretende animar a noite de sábado com muita música e DJ.

O Chocolat Festival arranca na quinta-feira, dia 20, das 18h às 22h. Sexta, sábado e domingo, acontece das 14h às 22h. A entrada é gratuita, havendo, no entanto, alguma programação paralela paga. O programa completo está disponível aqui.

Texto editado por Sandra Silva Costa