Little Simz vence o Mercury Prize com Sometimes I Might Be Introvert

A rapper e compositora londrina viu o seu celebrado quarto álbum distinguido pelo júri de um dos mais importantes prémios da música das ilhas britânicas.

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Little Simz actuou no último Primavera Sound, no Porto, em Junho Tiago Lopes

Little Simz, a compositora e rapper londrina de 28 anos, uma das figuras mais destacadas da música britânica recente, é a vencedora do Mercury Prize de 2022, vendo distinguido Sometimes I Might Be Introvert, o quarto álbum da sua carreira, editado o ano passado. Nascida Simbiatu Ajikawo em 1994, filha de pais nigerianos, Little Simz fora já nomeada para o Mercury em 2019 por Grey Area, o álbum que antecedeu Sometimes I Might Be Introvert – nesse ano, o vencedor seria Slowthai, com Psychodrama.

Na cerimónia de entrega do prémio, no Eventim Apollo, em Londres, na noite desta terça-feira, Little Simz manifestou a sua gratidão pela distinção, partilhando os holofotes com os restantes nomeados para o Mercury, um dos mais prestigiados prémios musicais das ilhas britânicas, que desde 1991 elege anualmente o melhor álbum editado no Reino Unido e na Irlanda. “Todos fizemos álbuns incríveis. Todos mudámos a vida das pessoas com a nossa música, e isso é o mais importante”, declarou Little Simz, como relata a BBC.

Entre os doze candidatos ao prémio, encontrávamos nomes como Harry Styles, Wet Leg, Yard Act, Sam Fender ou Kojey Radical. Sometimes I Might Be Introvert acabou, porém, por ser o escolhido pelo painel que compõe o júri do Mercury, formado por músicos, produtores, jornalistas ou organizadores de festivais, entre outras figuras do meio musical britânico e irlandês. “Este álbum conseguido e complexo, mas, ainda assim, completamente acessível, é o trabalho de alguém que luta constantemente para chegar mais além”, lemos no comunicado emitido pelo painel do júri. “Lida tanto com temas pessoais como políticos, enquadrando-os em música que é tão sofisticada quanto variada. Tudo no Mercury Prize tem a ver com iluminar álbuns de valor duradouro e verdadeira mestria. Sometimes I Might Be Introvert é ambas as coisas”, conclui o júri.

Em Setembro, em texto dedicado ao álbum, escrevíamos no Ípsilon haver nele uma “tensão entre palavras pessoalizadas, interrogando medos, relações familiares, a ausência do pai na infância, ambientes onde não se podia mostrar vulnerabilidade, ou contextos sociopolíticos, questionando o papel de mulher negra, e uma sonoridade espaçosa, com a voz por entre novelos orquestrais, coros femininos operáticos e elementos de hip-hop, soul, jazz ou afro-beat”.

No texto citado, antecipava-se que a qualidade da música de Little Simz, já bem evidente em Grey Area mas que atingia então um patamar superior em ambição e abrangência musical poderia ter, por fim, correspondência num reconhecimento mais alargado. Sometimes I Might Be Introvert, que sucede a Collapsed in Sunbeam, de Arlo Parks, como vencedor de Mercury Prize, acabou 2021 com grande destaque nas listas de melhores do ano da generalidade da imprensa musical – liderou, inclusive, a lista onde se compilavam as diversas listas de melhores do ano publicadas anualmente no universo anglo-americano.

Este Verão, Little Simz esteve no Primavera Sound, no Porto, actuando no último dia de festival, dia 11 de Junho. “Se o magnífico álbum do ano passado, Sometimes I Might Be Introvert, já a tinham elevado para um tabuleiro superior, agora é, ao vivo, que demonstra um invulgar talento, conquistando por completo a multidão que a aclamou”, escrevemos então.

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